Filiado à

8 DE MARÇO É DIA DE RECORDAR A LUTA DAS MULHERES E PAUTAR NOVAS BATALHAS DENTRO DO CONTEXTO HISTÓRICO QUE VIVEMOS

As discriminações contra as mulheres que causam e perpetuam violências estão baseadas em concepções rígidas e desiguais de gênero – construções que determinam os comportamentos femininos e masculinos tidos como ‘socialmente adequados’ em um determinado grupo, comunidade ou país. Essas concepções foram construídas ao longo dos séculos até os dias de hoje. 

O feminicídio é resultado do ideal machista e conservador que deu aos homens do “direito de posse” sobre as mulheres. Apesar dos avanços, como a Lei do Feminicídio, ainda é muito recorrente as diversas formas de violência contra as mulheres. 

Por séculos fomos expostas a todo tipo de violência e hoje nos defendemos por meio das leis conquistadas historicamente. Fomos alcunhadas de bruxas, pecadoras e submetidas aos homens.  Mas fomos à luta!

Ao longo das décadas conquistamos o nosso espaço social e hoje podemos dizer que estamos no caminho e, sobretudo, lutando coletivamente para novas conquistas mesmo em um projeto de governo conservador e negacionista. Ainda somos violentadas de todas as formas, pois o machismo e o conservadorismo não acabaram.

A epidemia da Covid enclausurou as pessoas, resultando no aumento da violência doméstica. O retorno dos ideais conservadores com força, em nossa sociedade, também contribuiu para esse resultado. Assim, a luta das mulheres contra esse tipo de crime tornou-se mais difícil. A derrubada de ideais seculares requer muita persistência, daí a necessidade de estarmos juntos nessa árdua batalha.

Por isso mesmo, temos que continuar unidas na busca do respeito social, principalmente por parte dos homens. Nunca poderemos concordar com os abusos sobre nós. Nunca poderemos ficar quietas mediante tais desídias.  Com nossa força e união venceremos todas as injustiças que permeiam as relações tóxicas e violência nas relações das mulheres cis e trans.

Neste 8 de março, reafirmamos que estamos cansadas de todos os tipos de violência e que também queremos emergencialmente direito a vacinação, trabalho e reconhecimento dos direitos para todas. Somos mães, estudantes e trabalhadoras, também temos direito a retomar nossa rotina com segurança.

Apesar de todas as pedras no caminho continuamos e continuaremos sonhando, lutando e resistindo.  Feliz Dia Internacional das Mulheres!

SINTED FAZ O USO DA TRIBUNA NA CÂMARA MUNICIPAL DE TRÊS LAGOAS PARA FALAR SOBRE O ENSINO HÍBRIDO E VACINAÇÃO PARA OS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO

Na manhã desta quarta-feira (03/03), o SINTED fez o uso da tribuna na Câmara Municipal de Três Lagoas para falar sobre o retorno das aulas presenciais como ensino híbrido e vacinação para os trabalhadores da educação.

Durante sua fala, a presidente Maria Diogo, deixou clara a posição da categoria em manter as aulas remotas e pede a priorização da vacinação aos profissionais da educação, já que há uma pressão da sociedade para o retorno das aulas presenciais.  “Esse é um momento muito difícil para a Educação, onde os profissionais estão dentro das unidades de ensino com medo, receosos, que mesmo trabalhando com todos os protocolos de biossegurança, sabemos que não é o suficiente para que essa contaminação não se estenda a todos”.  E completa: “Ontem já recebemos notícias de que há profissionais da educação contaminados, então reiteramos que nossa posição é pelo ensino remoto e pedimos para que tenha uma reavaliação desse cenário de Covid em Três Lagoas”, explica.  

A vereadora Charlene Bortoleto diz que membros de sua família fazem parte da educação e sabe como está difícil a situação da categoria.  Charlene menciona que Ângelo Guerreiro tem interesse em adquirir as vacinas da Covid e pede para que o prefeito apoie a Educação. “Na educação infantil, sabemos o quanto é difícil a criança não abraçar o professor”.

André Bitencourt parabeniza a fala de Maria Diogo e deixa claro seu posicionamento em apoio à Educação. “O Sinted é um símbolo de luta e de grandes conquistas. No que puder contar comigo, estarei à disposição”.

O vereador Tonhão ressalta que metade dos servidores da prefeitura municipal faz parte da categoria da educação. “Acredito, sim, que a vacina tem que acontecer o mais rápido possível e dar prioridade aos profissionais da educação, logo após os profissionais da saúde”.  O vereador afirmou que a prefeitura tem condições de comprar a vacina de fornecedores e que isso deve ser feito com urgência. “As aulas começaram dia primeiro e já tem educadores contaminados.” No entanto, Tonhão fez uma contradição ao dizer que deveria ser feito um relatório com os educadores que foram contaminados durante as aulas remotas e presenciais. “foram contaminados nas aulas ou antes? Quantos professores foram contaminados durante as aulas remotas? Temos que ter a consciência desses dados também”.

Negu Breno, vereador que faz parte da Educação, ressalta que vem fazendo a defesa da categoria a respeito da vacina. “Fico feliz em ver os vereadores aderindo e entendendo a realidade que vivem os profissionais da educação”. E rebate a fala de Tonhão: “Os profissionais já estão trabalhando desde fevereiro e, no ano de 2020, mesmo de modo remoto, também trabalharam entregando kits, atendendo pais, fazendo matrículas, e isso contribuiu muito [para a contaminação]”. E completa: “A preocupação não é só a contaminação dentro da escola, mas também com as famílias, visto que várias dessas unidades têm muitos profissionais e existe, sim, aglomeração, mesmo com todos os cuidados”.

Sargento Rodrigues, que defendia o ensino presencial, mudou sua opinião e diz preferir o ensino remoto, já que a Rede Estadual também está desta forma. “São dois pesos e duas medidas”. O vereador menciona a dificuldade dos profissionais para atender de forma híbrida. “Os professores não conseguem dar atenção nem para quem está presente e nem para quem está remoto. Nesse semestre, o correto é permanecer 100% on-line e o sindicato tem meu apoio”. E completa: “Pedi sim [o retorno presencial], como pai, mas dessa forma como está não funciona”.

Na oportunidade, o SINTED protocolou dois ofícios, sendo o primeiro encaminhando uma carta aberta aos vereadores falando sobre o alto índice de propagação da Covid-19, reiterando a decisão dos trabalhadores da educação que optaram pelo ensino remoto até que seja disponibilizada a vacina contra o coronavírus. Já o segundo, encaminha uma cópia do Projeto Lei nº 034/21, proposto em Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, para que seja analisado e possa servir de parâmetro para a criação de uma lei municipal nos mesmos moldes, com o intuito de dar celeridade na vacinação dos profissionais da educação.

Em uma de suas indicações, o presidente da Câmara, Cassiano Maia, pediu a priorização da educação na fila da vacina.  Entre outros vereadores, a categoria da Educação também recebeu o apoio de Sayuri Baez, Paulo Veron, Sirlene Pereira, Evalda e Britão do Povão.

VOCÊ… MULHER

Por: Petrônio Filho

Como é difícil escrever sobre você… Mulher!

Como colocar-me em seu lugar? Como sentir o que você sente?

O que é ser mãe? O que é ser responsável única pela casa por séculos?

O que é empreender uma luta por décadas? O que é viver em um mundo machista?

Nunca! Nunca, nós, homens, conseguiremos responder a essas indagações. Por milhares de anos a mulher teve que “responder” por imputações como “pecadora”, pois a Eva foi a culpada da nossa expulsão do Paraíso. Como “bruxa”, porque tinha pacto com o demônio. Como a “Rainha do Lar”, porque era a única responsável pelo bem estar da família. Essa “herança” ideológica foi produzida pela Igreja, dominada por homens.

“Historiadores e estudiosos do século XIX popularizaram a imagem de mulheres paleolíticas com aspecto selvagem coletando frutos enquanto esperavam que seus caçadores as arrastassem pelos cabelos até o fundo da caverna. Ao contrário da imagem da mulher submissa diante de musculosos caçadores de mamutes, teorias mais recentes sustentam uma outra visão das mulheres paleolíticas. Elas seriam parceiras dos homens na fabricação de raspadores, facas e pontas. Estavam tão aptas quanto eles para caçar manejando lanças e construindo armadilhas. (Joelza Ester Domingues – Blog Ensinar História)

“Para realizar a revolução neolítica, os homens, ou mais exatamente as mulheres, não só tiveram de descobrir plantas adequadas e métodos apropriados de cultivo, mas também de inventar ferramentas especiais para lavrar o solo, segar e armazenar a colheita e transformá-la em alimento.” (Gordon Childe – Revolução Neolítica).

Como podemos observar nos textos acima, nem sempre a mulher teve um papel secundário na sociedade humana. Pelo contrário, ela participava juntamente com os homens na construção social durante a Pré-História. Sem dúvidas, a ascensão do homem como líder político, militar e religioso ao longo dos séculos que relegou a mulher à sua submissão. As ordens religiosas foram as grandes construtoras da ideologia machista. A Bíblia foi escrita por homens!

Foi graças à Revolução Industrial ocorrida durante os séculos XVIII e XIX na Europa que as mulheres começaram as lutas pelo seu espaço social igualitário ao dos homens. O processo industrial levou à urbanização. As indústrias e as cidades necessitavam da mão de obra feminina, começando pelas indústrias têxteis. Isso levou as mulheres deixarem de ser “lides do lar” para assumir junto com os homens aquele papel que antes tinha nas sociedades pré-históricas: trabalhar juntos! A partir de então as mulheres passaram a levantar a bandeira da igualdade em relação aos homens.

O 8 de março surgiu com as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho, o que aconteceu em 8 de março de 1917, ou seja, durante a Primeira Guerra Mundial. A manifestação, que contou com mais de 90 mil russas, ficou conhecida como “Pão e Paz”, sendo este o marco oficial para a escolha do Dia Internacional da Mulher no 8 de março, data que somente foi oficializada em 1921. Após este conflito, e com as transformações trazidas com a Segunda Revolução Industrial, as fábricas incorporaram as mulheres como mão de obra barata. No entanto, devido às condições insalubres de trabalho, os protestos eram frequentes. Também nas primeiras décadas do século, as mulheres começam a lutar pelo direito ao voto e à participação política.

E elas conseguiram! Com muita coragem, ao enfrentarem o machismo, muitas morreram. Não desistiram! Como prova de que são tão capazes como nós homens ou até mais, elas conquistaram o seu lugar social. São nossas inimigas? Não! Elas são nossas companheiras de jornada. Como homens, só nos resta pedir perdão pelos séculos de estupidez e ignorância. Só nos resta segurar a sua mão, mulher, e seguirmos juntos em nossa caminhada rumo ao futuro.

ESCOLAS: O RETORNO DE RISCO

Por Petrônio Filho

“Ao menos três escolas privadas de Campinas registraram casos de Covid-19 após a retomada dos trabalhos presenciais, no fim de janeiro.” (UOL).

“Sete escolas estaduais de São Paulo foram fechadas por casos de infecção por coronavírus antes mesmo de retomarem aulas presenciais.” (Estadão).

“Escolas de elite de SP suspendem parte das aulas presenciais após infecções pela covid-19” (Terra).

Estas três manchetes acima dão uma dimensão sobre o perigo do retorno às aulas presenciais sem a imunização dos profissionais da educação. O vírus da Covid cada vez mais se espalha pelo mundo com suas variantes. Alguns cientistas já alertaram que sofreremos a contaminação por, pelo menos, mais dois anos e que não se sabe qual seria o real resultado da vacinação. 

Os governos, preocupados (com razão) das perdas com as escolas fechadas, estão decretando o retorno das aulas presenciais. Assim, provoca uma grande discussão na sociedade, principalmente com os sindicatos da educação, sobre esse retorno. Pais, “cansados” de cuidarem de seus filhos e com o problema de terem que trabalhar, também clamam pelo retorno das aulas presenciais. Como os políticos vivem do voto, tendem a acompanhar as pressões da sociedade, mesmo correndo riscos. 

As necessidades e a falta de informação, acompanhadas pelos desatinos do presidente da República, tentam impor uma situação de alto risco para a saúde de milhões de pessoas. As crianças e jovens infectados geralmente não apresentam sintomas. Isso pode colocar sua própria família, principalmente os idosos, em situação de perigo de morte. É impossível controlar centenas de crianças que tendem a se abraçar, possibilitando o contágio. 

Essas situações vêm demonstrar que o retorno às escolas colocam muitos brasileiros em situação de grande perigo sem que haja a vacinação em massa. Não se podem tomar decisões precipitadas e irresponsáveis. A vida é o maior bem que possuímos e o Estado tem a obrigação de preservá-la.