Assim como a maioria das cidades do Brasil, Três Lagoas está em um dos seus piores momentos da pandemia. Somente no mês de março, registramos mais de 1.152 casos até o momento. Desde janeiro, em menos de três meses, já são 3.229 casos em 2021, ou seja, 42 novos casos confirmados a cada dia. Não bastasse isso, nossas UTIs estão lotadas e não há leitos para todos.
Mesmo com todos os indícios de que a pandemia poderia piorar, no início de março, recebemos a notícia do retorno das aulas presenciais na Rede Municipal de Ensino, de forma híbrida. O SINTED lutou incansavelmente para que o prefeito, Ângelo Guerreiro, acatasse o pedido dos trabalhadores da educação e interrompesse as aulas presenciais e retornasse para o modo remoto. Somente após duas semanas, o prefeito determinou a suspensão das aulas presenciais, porém continuou exigindo que os profissionais continuassem comparecendo presencialmente nas unidades de ensino, o que não impede a proliferação do vírus.
Vale ressaltar que durante este período presencial, 104 trabalhadores da educação estavam com suspeita ou/e testaram positivo para a Covid-19.
A suspensão das aulas presenciais foi uma conquista da categoria, porém, ainda assim, a Administração Municipal não se preocupou o suficiente com os profissionais da educação, que continuam se expondo ao vírus saindo de suas casas. O cálculo não bate. Se a prefeitura diz estar preocupada com nossos munícipes – lembrando que a categoria da Educação também faz parte dos cidadãos, senhor prefeito! – por que diante do pior cenário epidemiológico registrado desde o início da pandemia em 2020, profissionais da educação ainda precisam arriscar suas vidas? O sistema de saúde de Três Lagoas está colapsado e a própria prefeitura faz campanhas para que as pessoas fiquem em casa, restringindo os demais locais públicos, porém sempre há uma exceção com a Educação.
Nós, trabalhadores da educação, não podemos compactuar com decisões contraditórias da prefeitura. É preocupante a situação do nosso município, que já registrou 107 óbitos até o momento (25/3). Por isso, paralisaremos nossas atividades no dia 29 de março, em sinal de protesto ao Decreto 149, que manteve a exigência do comparecimento presencial dos trabalhadores da educação. Continuaremos lutando por nossas vidas.