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UM NOVO (?) MINISTRO

O presidente Jair Bolsonaro anunciou seu novo ministro da Educação: Carlos Decotelli, oficial de reserva da Marinha, será o terceiro ocupante do comando do MEC no atual governo, depois da demissão de Abraham Weintraub e de Ricardo Vélez. Segundo seu perfil escrito no site do FNDE, Decotelli é financista, professor e coautor de livros de administração bancária e financeira. Tem doutorado em administração financeira pela Universidade Nacional de Rosário (Argentina) e pós-doutorado na Bergische Universitat Wuppertal, na Alemanha, também de acordo com o órgão.

Nem vou discutir aqui a competência do novo (?) ministro. Observando seu histórico profissional, pode-se aferir o seu perfil conservador e forte ligação com o setor econômico-financeiro, em detrimento do setor educacional. De acordo com Daniel Cara, membro da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação e professor da Faculdade de Educação da USP, Decotelli “não é uma referência” no setor por ser um nome muito pouco conhecido nas discussões de políticas educacionais.

Ao longo de décadas lutamos por uma educação pública de qualidade, calcada nos ditames da cidadania e da democracia, tendo como prioridade dar condições aos filhos dos trabalhadores para participarem de forma igualitária na sociedade brasileira, tanto na formação geral como cidadãos, como na vida profissional. Tudo indica que Decotelli não segue essa linha de pensamento, tendendo a atender ao tal “mercado” que clama por mão de obra técnica e barata. Aqui, os filhos dos trabalhadores são vistos como mero meio de auferir lucros e não como cidadãos possíveis de construírem sua própria história. Assim, lamentamos a nomeação dessa pessoa para dirigir um ministério fundamental para o crescimento intelectual e, consequentemente, o desenvolvimento dos brasileiros. De novo só o nome. Tanto que Decotellli foi elogiado por Weintraub. Mais uma vez vemos frustrados os nossos anseios por uma educação para todos.

Petrônio Filho – Diretor do Dptº Imprensa e Divulgação

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