Segundo os estudos de psicologia, quando uma pessoa é recompensada pelo seu trabalho, seja qual for, ela tende a melhorar o seu desempenho. Com base nessa premissa, alguns estudiosos da educação propuseram o uso da meritocracia como forma de estimular os educadores a realizarem seu trabalho de forma mais produtiva. Também há os que defendem a concorrência como meio de estimular a produção. Assim, juntou-se a meritocracia à concorrência para serem efetivadas entre as escolas e entre os educadores.
A nossa Constituição, bem como o ideal de uma sociedade igualitária e justa, defende que a cooperação, e não a concorrência, deve ser uma das bases para a formação de um país igualmente desenvolvido. Como educadores, não podemos defender a disputa entre colegas e entre escolas. A cooperação mútua é que nos possibilitará o melhor processo de ensino-aprendizagem. Além disso, não se pode estabelecer a meritocracia e a concorrência em meio a tantas diferenças socioeconômicas entre nossos alunos e entre as escolas.
Certamente, não somos contra os estímulos. Eles poderiam vir na forma de abonos para os que se destacassem no seu trabalho pedagógico. Mas, o que realmente poderia dar melhores resultados no processo de ensino-aprendizagem seria a melhor formação dos nossos educadores, uma grande reciclagem a nível de mestrado, a estruturação física das escolas, conteúdos mais alinhados com as realidades dos alunos, resolver a questão das indisciplinas e dar apoio aos pais na condução dos estudos de seus filhos.
A aprovação do FUNDEB de forma permanente poderá ser o fio da meada para a realização de todas essas realizações se for aplicado de forma eficiente. Aí sim, temos que promover as cobranças junto aos governos e órgãos competentes para a efetivação dessas metas. Após alcançar um patamar igualitário de eficiência em todas as escolas, poderemos falar em meritocracia. Ainda assim, ela deverá ser implantada como meio de estímulo e não de punição. Esta poderá ser feita por meio de observação do trabalho do educador, ou seja, se ele está cumprindo com as suas obrigações, dar apoio para suas ações educativas e, em último caso, utilizar das repreendas.
Um país sério leva a sério seus cidadãos, e estes, necessitam de uma educação séria.