Petrônio Filho, 01/10/21
“Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!”
A frase de Geraldo Vandré, que embalou os movimentos dos anos 70 e 80 pela democracia e justiça social, está “na moda”. Ela foi esquecida por uns tempos porque o país estava caminhando em direção àquelas duas reivindicações. Mas, hoje, mediante um governo que abandona aquelas metas e querem nos impor medidas injustas e nos ameaça com golpes antidemocráticos, torna-se necessário levantarmos novamente as nossas bandeiras.
Amanhã, 02 de outubro, poderá ser o início de um grande levante contra a antidemocracia, contra o desmonte dos serviços públicos e contra as teorias negacionistas. Não podemos permitir que o nosso país sofra tantos retrocessos, a ponto de retornarmos aos índices sociais dos anos 70/60, quando apresentávamos números semelhantes aos da África Negra. Não podemos permitir que nós, funcionários públicos, paguemos a fatura dos desvios que realizaram e realizam nos diversos governos por que passamos. Não podemos deixar que a população mais pobre fique a míngua, sem os serviços governamentais de que necessitam, por meio das privatizações.
Paulo Guedes, o atual ministro da economia, foi o mentor das políticas econômicas no Chile de Pinochet. Antes, elogiado por colocar aquele país como o mais evoluído economicamente da América do Sul, hoje é defenestrado pelo motivo de ter deixado uma grande massa de desvalidos sociais. A sua política provocou a fome de milhões de aposentados, acabou com o serviço público de saúde, privatizou as empresas governamentais e deixou o povo chileno à míngua. O resultado disso tudo foram as manifestações do ano passado com milhares de pessoas nas ruas pedindo o fim daquela política perversa, por meio de uma nova Constituição, o que conseguiram elegendo líderes populares.
O Chile nos dá o rumo a ser tomado. Não podemos ficar inertes mediante ao desmonte estatal que está sendo implementado por Guedes e Bolsonaro. Não podemos deixar que se instale aqui aquele Chile antissocial e antidemocrático. Não podemos continuar a ser aquela “Belíndia”, onde a economia tem o padrão de vida da Bélgica e o povo um padrão da Índia. Temos que retornar às políticas públicas voltadas aos brasileiros mais humildes para dar-lhes condições de saírem da pobreza e da ignorância para que possam participar da nossa sociedade como verdadeiros cidadãos. Temos que abraçar as causas populares para que nos tornemos um país justo e igualitário.