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O MÉTODO PAULO FREIRE NÃO FOI IMPLANTADO AQUI

Ultimamente, com o recrudescimento da extrema direita em nosso país, a discussão sobre o “Método Paulo Freire” de ensinar volta às discussões políticas-pedagógicas. Freire é acusado pelos extremistas da direita como um “comunista, idealista de jovens” e também de ter promovido a queda da qualidade do nosso ensino com suas teorias. Mediante tais acusações, resolvemos pesquisar sobre o assunto. Encontramos na revista “Nova Escola” uma matéria bem resumida sobre o tema e na Wikipédia (apesar das críticas sobre esta fonte de informações) um resumo do que é o Método Paulo Freire.

Diz a revista:

No Brasil, em 1960, Paulo Freire desenvolveu a metodologia de alfabetização que realizou, entre outros feitos, a possibilidade de alfabetizar 300 cortadores de cana no Rio Grande do Norte, em apenas 45 dias. Paulo Freire ficou conhecido, assim, pelo método de alfabetização para adultos que leva seu nome. Dessa forma, o pensamento pedagógico do educador sempre se assumiu como político, uma vez que seus estudos se concentravam nas classes sociais menos favorecidas e que, na época, não eram totalmente atendidas pelas escolas públicas.

Paulo Freire não está nos currículos das escolas públicas, mas, sim, como referência para aqueles que praticam pedagogia todos os dias. Algumas ONGs aplicam de fato o método freireano. É o caso do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD), que existe há 35 anos como “instituição de aprendizagem”, como se autodenomina. “Não há e nunca houve incentivo governamental para a aplicação dos ensinamentos e princípios freireanos. Isso se deve à ação isolada e alguns educadores, professores e escolas”, explica Sebastião Rocha, diretor do CPCD.

O historiador Danilo Nakamura, mestre em História Econômica com enfoque em Educação, explica que a filosofia de Paulo Freire teve uma entrada muito forte nas redes públicas em dois momentos históricos do país. “Antes do golpe civil-militar de 1964, sua pedagogia estava associada ao projeto desenvolvimentista e as reformas de base do presidente João Goulart”, lembra, destacando também que, com o processo de redemocratização, Freire se tornou secretário da Educação da prefeitura de São Paulo. “Ele organizou um movimento importante de reorganização dos currículos, trazendo um debate sobre a visão de área de cada disciplina”, pontua.

Atualmente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o Ensino Infantil e Fundamental, aprovada no Conselho Nacional de Educação (CNE) e que está em fase de contribuição regional para finalização dos currículos no final do ano, já não cita Paulo Freire. A BNCC do Ensino Médio, com discussões ainda mais recentes, também não faz referência ao educador. O historiador Danilo Nakamura também pontua que, para ele, a pedagogia de Paulo Freire não propõe nenhum tipo de doutrinação, base de críticas de quem se opõe a seu trabalho. “Muito pelo contrário, Paulo Freire afirma que a pedagogia do oprimido é uma pedagogia que diz que devemos partir da própria ação e realidade dos menos favorecidos na atividade educativa”, explica.

Diz a Wikipédia sobre o Método Paulo Freire:

Etapas do método

1. Etapa de investigação: busca conjunta entre professor e aluno das palavras e temas mais significativos da vida do aluno, dentro de seu universo vocabular e da comunidade onde ele vive.

2. Etapa de tematização: momento da tomada de consciência do mundo, através da análise dos significados sociais dos temas e palavras.

3. Etapa de problematização: etapa em que o professor desafia e inspira o aluno a superar a visão mágica e acrítica do mundo, para uma postura conscientizada.

O método

• As palavras geradoras: o processo proposto por Paulo Freire inicia-se pelo levantamento do universo vocabular dos alunos. Através de conversas informais, o educador observa os vocábulos mais usados pelos alunos e a comunidade e, assim, seleciona as palavras que servirão de base para as lições. A quantidade de palavras geradoras pode variar entre 18 a 23 palavras, aproximadamente. Depois de composto o universo das palavras geradoras, elas são apresentadas em cartazes com imagens. Então, nos círculos de cultura, inicia-se uma discussão para dar-lhes significado dentro da realidade daquela turma.

• A silabação: uma vez identificadas, cada palavra geradora passa a ser estudada através da divisão silábica, semelhantemente ao método tradicional. Cada sílaba se desdobra em sua respectiva família silábica, com a mudança da vogal. Por exemplo: BA-BE-BI-BO-BU.

• As palavras novas: o passo seguinte é a formação de palavras novas. Usando as famílias silábicas agora conhecidas, o grupo forma palavras novas.

• A conscientização: um ponto fundamental do método é a discussão sobre os diversos temas surgidos a partir das palavras geradoras. Para Paulo Freire, alfabetizar não pode se restringir aos processos de codificação e decodificação. Dessa forma, o objetivo da alfabetização de adultos é promover a conscientização acerca dos problemas cotidianos, a compreensão do mundo e o conhecimento da realidade social.

Petrônio Filho – Dpto. Divulgação e Imprensa

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