A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE, entidade representativa dos profissionais da educação básica do setor público brasileiro, expressa a sua mais veemente solidariedade ao conjunto dos/as trabalhadores/as da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) que, em um lindo movimento grevista de 35 dias, deixa como legado à sociedade brasileira o ganho de consciência política que torna imperioso, em especial no Brasil de hoje, a defesa de nossas empresas públicas.
A mobilização massiva dos/as trabalhadores/as dos Correios em seu último movimento grevista, encerrado no último dia 22 de setembro, trouxe ganhos para além daqueles garantidos no julgamento do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Apesar de a decisão judicial não refletir a garantia de toda a pauta de reivindicações apresentada por suas entidades sindicais, o maior ganho político dessa greve extrapolou os muros da categoria e, de forma contundente, ofereceu ao conjunto da sociedade brasileira um extraordinário ganho de consciência social e política.
O momento por qual passa o país, desde o golpe institucional/jurídico/midiático de 2016, nos apresentou até o momento enormes perdas de direitos ao conjunto da classe trabalhadora. Não nos esqueçamos que o projeto político/eleitoral vencedor das eleições de 2018, marcadas por uma enxurrada de notícias falsas, respaldaram um grupo político que não esconde a sua pretensão de vender e privatizar tudo o que for possível no país. De forma explícita, já ouvimos dos membros do atual governo Bolsonaro que seu objetivo é vender nossas empresas públicas e privatizar a oferta dos serviços públicos de saúde e educação. São representantes do mercado os que hoje ocupam a Presidência da República e a esses interesses suas ações são voltadas.
O maior resultado dessa última greve dos/as trabalhadores/as dos Correios se apresenta, portanto, como algo intangível aos resultados mais imediatos porque se coloca no plano das ideias políticas mais caras e nobres: a defesa de nossos bens públicos! A privatização dos Correios não ocorrerá sem a resistência inabalável da sociedade brasileira que, por causa da greve, conseguiu enxergar que, se hoje tentam privatizar essa Empresa, amanhã também tentarão privatizar de vez a nossa educação e tudo o que conseguirem. Mas os trabalhadores ecetistas nos deixaram claro que somente com a luta e nossa organização será possível derrotar esse desejo e sanha privatistas dos atuais ocupantes do Palácio do Planalto! Nossa luta continuará na defesa de nossos bens públicos! Aos companheiros e companheiras dos Correios, nossa gratidão e solidariedade!
Brasília, 23 de setembro de 2020
Direção Executiva da CNTE