Na manhã desta quarta-feira (03/03), o SINTED fez o uso da tribuna na Câmara Municipal de Três Lagoas para falar sobre o retorno das aulas presenciais como ensino híbrido e vacinação para os trabalhadores da educação.
Durante sua fala, a presidente Maria Diogo, deixou clara a posição da categoria em manter as aulas remotas e pede a priorização da vacinação aos profissionais da educação, já que há uma pressão da sociedade para o retorno das aulas presenciais. “Esse é um momento muito difícil para a Educação, onde os profissionais estão dentro das unidades de ensino com medo, receosos, que mesmo trabalhando com todos os protocolos de biossegurança, sabemos que não é o suficiente para que essa contaminação não se estenda a todos”. E completa: “Ontem já recebemos notícias de que há profissionais da educação contaminados, então reiteramos que nossa posição é pelo ensino remoto e pedimos para que tenha uma reavaliação desse cenário de Covid em Três Lagoas”, explica.
A vereadora Charlene Bortoleto diz que membros de sua família fazem parte da educação e sabe como está difícil a situação da categoria. Charlene menciona que Ângelo Guerreiro tem interesse em adquirir as vacinas da Covid e pede para que o prefeito apoie a Educação. “Na educação infantil, sabemos o quanto é difícil a criança não abraçar o professor”.
André Bitencourt parabeniza a fala de Maria Diogo e deixa claro seu posicionamento em apoio à Educação. “O Sinted é um símbolo de luta e de grandes conquistas. No que puder contar comigo, estarei à disposição”.
O vereador Tonhão ressalta que metade dos servidores da prefeitura municipal faz parte da categoria da educação. “Acredito, sim, que a vacina tem que acontecer o mais rápido possível e dar prioridade aos profissionais da educação, logo após os profissionais da saúde”. O vereador afirmou que a prefeitura tem condições de comprar a vacina de fornecedores e que isso deve ser feito com urgência. “As aulas começaram dia primeiro e já tem educadores contaminados.” No entanto, Tonhão fez uma contradição ao dizer que deveria ser feito um relatório com os educadores que foram contaminados durante as aulas remotas e presenciais. “foram contaminados nas aulas ou antes? Quantos professores foram contaminados durante as aulas remotas? Temos que ter a consciência desses dados também”.
Negu Breno, vereador que faz parte da Educação, ressalta que vem fazendo a defesa da categoria a respeito da vacina. “Fico feliz em ver os vereadores aderindo e entendendo a realidade que vivem os profissionais da educação”. E rebate a fala de Tonhão: “Os profissionais já estão trabalhando desde fevereiro e, no ano de 2020, mesmo de modo remoto, também trabalharam entregando kits, atendendo pais, fazendo matrículas, e isso contribuiu muito [para a contaminação]”. E completa: “A preocupação não é só a contaminação dentro da escola, mas também com as famílias, visto que várias dessas unidades têm muitos profissionais e existe, sim, aglomeração, mesmo com todos os cuidados”.
Sargento Rodrigues, que defendia o ensino presencial, mudou sua opinião e diz preferir o ensino remoto, já que a Rede Estadual também está desta forma. “São dois pesos e duas medidas”. O vereador menciona a dificuldade dos profissionais para atender de forma híbrida. “Os professores não conseguem dar atenção nem para quem está presente e nem para quem está remoto. Nesse semestre, o correto é permanecer 100% on-line e o sindicato tem meu apoio”. E completa: “Pedi sim [o retorno presencial], como pai, mas dessa forma como está não funciona”.
Na oportunidade, o SINTED protocolou dois ofícios, sendo o primeiro encaminhando uma carta aberta aos vereadores falando sobre o alto índice de propagação da Covid-19, reiterando a decisão dos trabalhadores da educação que optaram pelo ensino remoto até que seja disponibilizada a vacina contra o coronavírus. Já o segundo, encaminha uma cópia do Projeto Lei nº 034/21, proposto em Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, para que seja analisado e possa servir de parâmetro para a criação de uma lei municipal nos mesmos moldes, com o intuito de dar celeridade na vacinação dos profissionais da educação.
Em uma de suas indicações, o presidente da Câmara, Cassiano Maia, pediu a priorização da educação na fila da vacina. Entre outros vereadores, a categoria da Educação também recebeu o apoio de Sayuri Baez, Paulo Veron, Sirlene Pereira, Evalda e Britão do Povão.