Por Petrônio Filho
“A frieza no discurso não combina com o calor de um coração”. Alysson Augusto
500 mil mortos! E daí? Todos os dias morrem pessoas!
A palavra “cristão” faz parte dos discursos de muitos políticos. Eles utilizam de alguns conceitos bíblicos, principalmente do Velho Testamento, para defenderem suas teses. Muitos vão às igrejas, mas poucos apresentam o sentimento verdadeiramente cristão: o amor ao próximo!
As milhares de mortes causadas pela Covid-19 em nosso país é tratada com uma frieza incrível por parte de algumas pessoas. As falas de certos políticos e suas posições de desdém para com aquelas mortes, são assustadoras. Boa parte do nosso povo, que já sofre a humilhação da pobreza, é deixada ao relento da desassistência governamental. A ciência é tratada como curandeirismo e a vontade própria fica acima dos estudos científicos.
Famílias estão sendo destroçadas. Crianças estão ao abandono. A miséria aumenta. Tudo isso é tratado com indiferença. Parece que o ser humano está cada vez menos humano. A necessidade de se mostrar “forte” e “poderoso” distorce os sentimentos. O calor do coração é subtraído e o gelo ideológico do “eu” toma conta do ser. Um ser que se torna amoral, frio e calculista. Um ser obscuro.
Em meio a esse turbilhão desumano, existem os humanos, os verdadeiros cristãos. Aqueles que, emanados pelo sentimento de compaixão, tentam acalantar os desvalidos. Aqueles que lutam para dar assistência humanitária aos que sofrem com a desídia cotidiana. São pessoas que se doam, associações que ajudam, movimentos sociais que se auto emanam, gente que se abraça. É esse povo que nos faz acreditar que existe o espírito cristão em sua essência. É esse povo que nos faz sentir que o calor do coração ainda existe.
Pelos mais de quinhentos mil, o nosso coração sangra!