“As perdas do nível de aprendizagem esperado para os alunos da última série do ensino médio, especialmente em matemática, por causa das dificuldades decorrentes do fechamento das escolas durante a pandemia, trouxeram problemas graves para o próximo vestibular das universidades públicas. De que modo elas podem exigir dos vestibulandos conhecimentos que não tiveram condições de aprender?” Este é o parágrafo inicial do Estadão (19/08/21) sob o título “A matemática e os vestibulares”.
Fui um estudante que tentou vaga para Medicina na UFMS. Fui derrotado pela Matemática! Ora, a Matemática, assim como outras ciências exatas como a Física, exige alto grau de abstração e de raciocínio. Os estudantes que têm dificuldades de concentração ou de entendimento precisam de apoio bem próximo dos professores e de tempo para absorver o explicado, mas a estrutura do nosso ensino não permite. Também muitos professores apresentam dificuldades didáticas.
Outro grande problema do nosso ensino é a falta de aulas o suficiente (um só turno) para que o professor possa trabalhar com mais calma os alunos, além de os conteúdos estarem, em minha opinião, fora da realidade dos educandos. Também os vestibulares cobram acima do nível de aprendizado da grande maioria dos estudantes, notadamente os da rede pública, provocando uma verdadeira corrida para os “cursinhos” para recuperarem o que perderam. Aí, aqueles que não têm renda suficiente para pagar aqueles cursos, ficam na berlinda da concorrência.
Este país tem o grande defeito de querer colocar um litro de água em um copo de 300 ml, ou seja, quer fazer tudo o mais rápido possível, com o maior número de conteúdos possível, como se isso fosse resolver o nosso problema de deficiência cultural. Esquecem que a pressa é inimiga da perfeição! Se não reorganizarmos o nosso sistema de ensino dentro da realidade dos nossos alunos, continuaremos em uma louca corrida do atropelamento da aprendizagem.
Para dar vida à escola e trazer cultura para os alunos, duas administrativas da Escola Municipal Joaquim Marques de Souza trabalharam em conjunto colorindo as paredes da escola, recriando grandes obras de Ivan Cruz, artista brasileiro conhecido por retratar brincadeiras antigas de criança.
Natália Alves de Lima Pinto é a idealizadora do projeto e responsável pelos desenhos. Ela relata que é a primeira vez que desenhou nas paredes. “Eu fiz um estágio obrigatório na educação infantil porque sou acadêmica em pedagogia na UFMS e, na época, o nosso projeto era com as obras do Ivan Cruz. Eu gostei muito das obras dele, então trouxe a ideia de nós fazermos as pinturas aqui, para trazer alegria e tirar um pouco dessa seriedade que a escola apresenta, deixando mais colorido”, explica.
Complementando o trabalho de sua parceira, Conceição Aparecida de Castro de Matos dos Santos contribuiu colorindo as paredes, sendo também sua primeira vez na arte de dar vida aos desenhos. “Eu aprendi muito com a Natália, ela sempre foi empenhada em enfeitar a escola com vários projetos. Todo o trabalho exposto na parede é ela quem tem a iniciativa, e eu auxilio. Aprendi a recortar, pintar… Essa foi a primeira vez que pintei e gostei”, relata.
O projeto iniciou na pandemia, no período em que as aulas estavam suspensas. A escola estava terminando uma reforma e todo o material utilizado nas pinturas foi de um reaproveitamento das obras, onde Natália e Conceição usavam o restante das tintas brancas e misturavam com tinta guache para dar cor.
Segundo Natália, o projeto trouxe a oportunidade de a criança ter uma cultura mais elaborada, já quem nem todos têm acesso e conhecem o artista brasileiro. “É deixar marcado na memória da criança e ela poder entender que hoje não é só na tecnologia, mas que ela pode encontrar alegria em uma brincadeira e também se socializar. E isso tudo trazendo uma estética diferente para a escola, porque muitos falam que a escola parece uma prisão, mas a escola, na verdade, proporciona liberdade”.
Além disso, as administrativas ressaltam que os pais dos alunos podem se identificar com as pinturas, ao passar pelos corredores, revivendo a infância. “Às vezes a pessoa não tem tempo pra lembrar, com a correria do dia a dia, mas quando esses pais olham para as paredes, como já aconteceu com muitos aqui, acaba atingindo eles também e, quem sabe, nesse momento, eles possam parar pra refletir e pensar: ‘Poxa, será que realmente estou acompanhando meus filhos de perto? Será que estou dando o carinho necessário? ’”, diz Conceição.
As educadoras já estão com várias ideias para novos projetos, como a amarelinha e o alfabeto de libras. Elas também planejam dar continuidades nas pinturas, porém trazendo obras dos próprios alunos. Outro projeto feito por elas é o jardim da escola, em que recebem doações de flores e vasos para decorar o espaço.
Natália finalizou agradecendo a Diretora Maria Ferreira Sindor e o Diretor-Adjunto Fabrício Araújo Gonçalves pelo apoio e incentivo. “Se não tivéssemos o apoio dos diretores, nós não conseguiríamos. Infelizmente, a nossa função de auxiliar de escola não é valorizada, mas eles conseguem olhar para nós e ver algo diferente, nos dando todo o apoio necessário para que tudo isso aconteça. Todas as vezes que chegamos e falamos das nossas ideias, eles estão disponíveis para nos ouvir”.
A diretora Maria Ferreira expressa seu orgulho e gratidão por todo o trabalho feito. “As crianças ficaram encantadas quando voltaram para a escola, então é muito bom recebermos os alunos felizes. Os projetos são ótimos, eu incentivo, enalteço e agradeço. Elas são maravilhosas e dão vida para a escola. Não tenho nem como agradecê-las”, finaliza.
O SINTED parabeniza as educadoras Natália e Conceição que, com carinho e olhares para nossas crianças, transformam o ambiente escolar em um lugar cheio de vida e aprendizado.
Gostou do projeto? Você pode ajudar também! A escola aceita doações de vasos, flores e materiais para pinturas. Basta deixar na recepção da unidade, localizada no endereço Rua Alaor Pimenta de Queiroz Nº1667 – Bairro Vila Alegre.
‘Temos que recuperar o que os alunos perderam com a pandemia!”.
Este é o grito de educadores, pais, dirigentes e da imprensa. Mas o que é “recuperar”? Ao que parece, neste país, recuperar é “passar de ano” o mais rápido possível para “não perder tempo”! Seria isso o correto? Afinal o que é realmente “recuperar”? Acredito que recuperar é uma espécie de reinício, ou seja, resgatar aquilo que se perdeu. O resgate se torna eficiente se ele acontecer de forma harmoniosa, buscando o reaprender, sem pressa.
Não adianta termos uma grande leva de estudantes em determinada série sem que eles tenham conhecimentos suficientes para estarem lá. Esse acúmulo de deficiências que os estudantes adquirem a cada ano escolar contribui muito para a sua futura deficiência profissional e na sua formação geral. Este país necessita de pessoas capacitadas para desempenharem o seu papel social de forma eficiente para que consigamos evoluir na direção de uma sociedade desenvolvida em todos os sentidos.
Para uma recuperação eficiente torna-se necessário um bom treinamento dos educadores, principalmente na parte didático-pedagógica. É necessário que os mestres tenham a convicção de que devem fazer o máximo possível para recuperar os conhecimentos que seus alunos devem ter para que possam continuar com seus estudos de forma harmoniosa. Aqui entra toda uma estrutura de preparo por parte das secretarias de educação dos estados e dos municípios, capitaneados pelo Ministério da Educação.
Infelizmente o MEC lava as mãos ao não tomar atitudes em conjunto com as secretarias de educação no sentido de promover formas de recuperação dos estudantes. O ministro da educação, Milton Ribeiro, que só se preocupa com questões ideológicas, deve isso para os brasileiros. O que não se pode esquecer é aquela regra: “A pressa é inimiga da perfeição!”.
Sob a organização do professor Alan Francis e da coordenadora Tays Fonseca, com a colaboração dos professores de Ciências e Física, 11 estudantes da EE Fernando Corrêa foram classificados na OBA, onde concorreram com escolas privadas e institutos federais.
A OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica) é uma competição que tem por objetivos fomentar o interesse dos jovens pela Astronomia e pela Astronáutica e ciências afins, promover a difusão dos conhecimentos básicos de uma forma lúdica e cooperativa, mobilizando alunos, professores, pais e escolas.
São medalhistas de ouro os estudantes Beatriz D. Francisco (9º B), David S. Rocha (9º A), Manassés G. S. Oliveira (7º A), Renata O. Souza (7º B), Samara V. M. Uehara (9º A); medalhistas de prata Ana Vitória R. Moreira (7º C), Antony G. S. Lima (9º B), Arthur C. S. Borges (6º E) e medalhistas de bronze Allan S. X. Barbosa (8º A) e Tayla Victória C. Dias (6º E) e Caio Alves B. de Souza (1º A).
Os estudantes medalhistas Beatriz Dias Francisco, Caio Alves Bragatto de Souza e David dos Santos Rocha agora entrarão para uma nova fase, tendo sido pré selecionados para a fase de treinamento on-line que ocorrerá em setembro, outubro e dezembro deste ano. Após o treinamento, os estudantes que obtiverem os melhores resultados, poderão compor as equipes brasileiras das Olimpíadas Internacionais de Astronomia de 2022, que inclui a XV International Olympiad of Astronomy and Astrophysics e a XIV Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica.
Destaque em outras olimpíadas
A EE Fernando Corrêa todos os anos se destaca em várias olimpíadas, inclusive, na Obmep tem medalhistas desde o ano de 2006 e recentemente foi selecionada para integrar o programa internacional Escolas 2030, tornando-se uma referência na educação integral e inovadora no país.
Para a diretora Sonia Barbosa, “é muito gratificante ver os resultados, pois a escola se dedica à qualidade do ensino e à formação integral dos estudantes, de forma que consigam essas importantes conquistas ao longo da sua trajetória escolar. Que venham os próximos desafios!”.
O SINTED parabeniza a escola Fernando Corrêa, em especial, os alunos e profissionais da educação envolvidos na competição, dando muito orgulho para a educação do nosso município. Parabéns!
“O Futuro do Brasil passa pela educação pública de qualidade”.
Inimigos da Educação: os deputados de MS, Loester Trutis e Luiz Ovando, ambos do PSL, votaram contra a Educação.
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (17), por 225 votos, o recurso contra a apreciação conclusiva do Projeto de Lei 3776/08, do Poder Executivo, que reajusta o piso salarial nacional dos professores pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado nos 12 meses anteriores.
Dessa forma, o projeto deve ser analisado pelo plenário da Casa e não será submetido à sanção presidencial. A diferença de votos foi de apenas três a favor do recurso: foram 225 votos a favor e 222 contra.
Da bancada de Mato Grosso do Sul, Loester Trutis e Luiz Ovando, ambos do PSL, votaram contra a Educação, para acabar com o Piso do Magistério. Os outros deputados Beto Pereira (PSDB), Bia Cavassa (PSDB), Dagoberto Nogueira (PDT), Fábio Trad (PSD), Rose Modesto (PSDB) e Vander Loubet (PT) se manifestaram a favor da Educação.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação veio a público nas redes sociais pressionar deputados/as para que suspendessem a votação do recurso 108. “O piso do Magistério é a principal política de valorização dos professores e professores do ensino básico público. O recurso 108, colocado em votação nesta terça, sem nenhum debate, acaba com a perspectiva de valorização do Magistério “, assegurou a CNTE.
O recurso foi liderado pela governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), que à época era deputada federal, e mais 57 deputados contra o parecer do relator da CFT na época, deputado José Guimarães (PT-CE).
O parecer conclusivo da Comissão de Finanças e Tributação (CFT) é contra substitutivo do Senado, mantendo o parecer da Câmara aprovado em 2009 a favor do texto original.
Primeiro presidente eleito após o fim da ditadura militar, Fernando Collor de Melo teve como mote de sua campanha a “caça aos marajás”. Naquela época a imprensa e o povo em geral atacavam os altos escalões governamentais, com grandes salários, criados durante aquele regime. Collor utilizou-se disso para atacar o funcionalismo público, taxando todos de “marajás”, o que o elegeu. Na sua gestão, demitiu grande parte dos servidores federais, provocando mais ainda a precariedade no atendimento à população. A reação foi em cadeia: as empresas privadas, notadamente os bancos, também seguiram o presidente, desempregando milhões de brasileiros.
A ideia do chamado “estado mínimo”, ou seja, com poucas atribuições dos governos junto à população, tem como objetivo priorizar a iniciativa privada, não se levando em conta as grandes diferenças sociais da população. Esse ideal é defendido pelos partidos políticos mais conservadores e à direita do espectro ideológico. Fernando Henrique Cardoso foi outro presidente que abraçou essa ideologia, inclusive alcunhando os aposentados de “vagabundos”. Tanto com Collor como com FHC os sindicatos tiveram grandes dificuldades em avançar nas conquistas por melhores salários e condições de trabalho. Lula e Dilma mudam o direcionamento governamental, reconhecendo o importante papel do serviço público para o atendimento às necessidades básicas da população. Durante seus governos o funcionalismo público avança em suas conquistas. A queda de Dilma, com a ascensão de Temer, o projeto de desmonte dos direitos trabalhistas volta com força. Aprovam-se as reforma trabalhista e previdenciária, com grandes perdas para os trabalhadores.
A eleição de Bolsonaro nos remete aos ataques constantes aos trabalhadores, onde seu ministro da economia, Paulo Guedes, tenta de todas as formas impor uma agenda neoliberal, entre elas a reforma administrativa. Essa reforma acaba com boa parte das carreiras públicas, acaba com o processo de concursos para boa parte delas, cria um sistema que pode permitir ingerência política no serviço público e termina com a estabilidade em muitos cargos, dividindo os servidores em muitas categorias diferentes. Nesse sistema, os trabalhadores estarão sujeitos às pressões das chefias e de políticos, comprometendo a norma da impessoalidade e da independência do serviço público, causando grandes prejuízos à população e permitindo mais ainda as fraudes, isso sem falar das perseguições que os servidores sofrerão. Se o Congresso Nacional aprovar essa reforma, estará prestando um grande desserviço ao povo brasileiro.
No dia 09 deste mês, no programa “Sem Censura”, da TV Brasil, o ministro da educação, Milton Ribeiro, desferiu várias críticas aos educadores e ao sistema de cotas das Universidades. Disse que a Universidade deve ser para poucos, para uma elite, e que o país necessita mais de técnicos que diplomados com ensino superior. Atacou o sistema de cotas dizendo que os “filhinhos de papai” têm o direito das vagas universitárias porque são seus pais quem pagam impostos. Criticou os reitores por terem ideais “socialistas” e os professores do ensino fundamental por não quererem o retorno das aulas devido à pandemia e que, se pudesse, os fariam retornar às aulas.
Toda essa verborreia demonstra o perfil extremamente conservador de Milton Ribeiro. Esse tipo de posicionamento revela um caráter individualista, antissocial, separatista e retrógrado em todos os sentidos. O ministro demonstra não ter uma avaliação realista em relação às condições socioeconômicas do nosso povo, ao querer comparar ricos com pobres; ao dizer que os primeiros pagam impostos, como se os menos favorecidos tivessem culpa por não pagar. Não analisa a questão da escravidão, que criou uma grande classe de desvalidos, sem a menor condição de alçar aos melhores meios sociais. Critica as posições de esquerda dos reitores, mas ele pode defender posições da direita ao tentar impor às escolas ideologias retrógradas como a questão da família conservadora. Agride os professores do ensino fundamental por quererem que as aulas retornem somente após a vacinação completa dos educadores, como se a defesa das suas vidas não fossem importantes.
Milton Ribeiro faz parte de um governo que tenta por todos os meios retornar aos tempos retrógrados do conservadorismo ideológico, onde a ciência e a democracia não tem vez. Onde só tem direitos uma determinada categoria de privilegiados, como eles dizem, “capazes”. Pretendem manter o “status quo” da desigualdade e da falta de um projeto para que todos os brasileiros possam ascender socialmente. Querem que este país continue a ser uma “Belíndia”, termo criado por Edmar Bacha, para demonstrar um país fictício, ambíguo e contraditório, que resultaria da conjunção da Bélgica com a Índia, com leis e impostos do primeiro, pequeno e rico, e com a realidade social do segundo, imenso e pobre. Este é o país que a atual equipe do governo federal tenta manter, por acreditar que o mundo não é para todos, mas somente para alguns.
O Executivo federal enviou ao Congresso Nacional, nesta segunda-feira (9), medida provisória prevendo a substituição do programa Bolsa Família pelo Auxílio Brasil, com valor ainda a ser definido para a população de baixa renda. E a intenção do governo consiste em financiar esse programa através do fatiamento do pagamento de precatórios aos estados e municípios – sobretudo do antigo Fundo do Ensino Fundamental (Fundef) –, numa manobra fiscal para acomodar os novos investimentos no famigerado teto de gastos imposto pela emenda constitucional nº 95.
As entidades que subscrevem esta nota reconhecem a importância do Bolsa Família e de outros programas de transferência de renda, criados ainda no Governo Lula e mantidos em governos subsequentes – muitos com alterações de nomenclaturas e, infelizmente, com cortes em valores e no número de famílias atendidas –, porém, tal como se tentou aprovar na PEC 15/2015 (Fundeb permanente) a vinculação dos programas de renda às rubricas educacionais, rechaçamos a intenção do governo Bolsonaro em utilizar os recursos da educação para financiar o Auxílio Brasil.
Os cortes e os contingenciamentos orçamentários na educação são marcas indeléveis do atual governo. Somente em 2021, o MEC mantém suspenso o investimento de R$ 1,55 bilhão em seu orçamento, e as escolas de nível básico deixaram de receber R$ 1,2 bilhão para adequar suas estruturas ao enfrentamento da pandemia do coronavírus. No último dia 4, o governo editou a MP nº 1.060, suspendendo o repasse de R$ 3,5 bilhões para estados e municípios poderem adquirir computadores e internet banda larga para estudantes e professores das escolas púbicas. Estima-se que mais de 20 milhões de estudantes do ensino obrigatório não acessaram as aulas remotas durante a pandemia por falta de equipamentos.
Mantendo-se numa direção ultrajante, o governo agora deseja bloquear o pagamento de precatórios destinados a investimentos na educação e na valorização de seus profissionais, fato que prejudicará ainda mais as condições de oferta e qualidade nas escolas públicas.
Não admitiremos mais esse calote do governo Bolsonaro na educação e, desde já, conclamamos governadores e prefeitos para se posicionarem e mobilizarem contra essa medida irresponsável e prejudicial à educação. O financiamento do Auxílio Brasil e outros programas sociais devem partir das receitas do Tesouro, priorizando-se a aprovação da Reforma Tributária Solidária (com taxação de grandes fortunas e lucros e dividendos, além de outras medidas de equalização tributária) e a revogação da EC 95 (teto de gastos). Em defesa da educação pública, gratuita, laica, democrática, de qualidade social e para todos/as: Calote NÃO!
Brasília, 9 de agosto de 2021
CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação UBES – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas UNE – União Nacional dos Estudantes Frente Norte e Nordeste pela Educação
O presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei 14.191, de 2021, que insere a Educação Bilíngue de Surdos na Lei Brasileira de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – Lei 9.394, de 1996) como uma modalidade de ensino independente — antes incluída como parte da educação especial. Entende-se como educação bilíngue aquela que tem a língua brasileira de sinais (Libras) como primeira língua e o português escrito como segunda.
Oriundo do PL 4.909/2020, apresentado pelo senador Flávio Arns (Podemos-PR), o texto foi aprovado em maio pelo Senado e em 13 de julho pela Câmara. A educação bilíngue será aplicada em escolas bilíngues de surdos, classes bilíngues de surdos, escolas comuns ou em polos de educação bilíngue de surdos. O público a ser atendido será de educandos surdos, surdocegos, com deficiência auditiva sinalizantes, surdos com altas habilidades ou superdotação ou com deficiências.
De acordo com o texto, a modalidade de ensino deverá ser iniciada na educação infantil e se estender ao longo da vida. As escolas deverão oferecer serviço de apoio educacional especializado para atender às especificidades linguísticas dos estudantes surdos, o que não impedirá que esse aluno faça matrícula em escolas e classes regulares de acordo com o que decidirem os pais ou responsáveis ou o próprio aluno.
Entre as medidas previstas, o projeto também prevê a oferta, aos estudantes surdos, de materiais didáticos e professores bilíngues com formação e especialização adequadas, em nível superior. Além disso, os sistemas de ensino devem desenvolver programas integrados de ensino e pesquisa para oferta de educação escolar bilíngue e intercultural aos estudantes surdos.
A União será responsável por conceder apoio técnico e financeiro para esses programas, que serão planejados com a participação das comunidades surdas, de instituições de ensino superior e de entidades representativas dos surdos.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Uma pesquisa de Paulo Fioravante Giareta (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
Resumo
O objetivo deste texto é apresentar um levantamento de artigos, teses e dissertações sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O levantamento inclui 501 artigos e 101 teses e dissertações. Ele indica a possibilidade de organizar as publicações em 20 categorias e explicita a centralidade da produção de conhecimento sobre a BNCC como política curricular, seguida de sua relação com a Língua Portuguesa e a Matemática. As produções sobre a BNCC indicam uma ampla capacidade de diálogo com as políticas de formação de professores, políticas de avaliação e políticas de gestão da educação e com as etapas da Educação Básica. Há, ainda, a ausência parcial ou total de produções sobre campos e temáticas como Educação em Direitos Humanos, Educação Inclusiva e Educação para Relações Étnico-Raciais. Palavras-chave: Política educacional. BNCC. Produção de conhecimento.
Paulo Fioravante Giareta, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Pós-doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), campus de Três Lagoas (CPTL).