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REVOLUÇÕES QUE MUDARAM A SOCIEDADE

Por Petrônio Filho – Textos de “Toda Matéria” 

Ao longo de todo período histórico, desde a Pré-História, as diversas sociedades passaram por revoluções que mudaram seus costumes, suas políticas, suas economias e suas culturas. Existiram as revoluções e as revoltas. As primeiras provocam grandes mudanças, geralmente tendo grandes objetivos a serem alcançados. As revoltas são ações populares contra alguma situação que está incomodando, tendo objetivo imediato de resolvê-la, sem o clamor por grandes mudanças. Podemos destacar cinco grandes exemplos de revoluções que mudaram profundamente a sociedades de seus países: a Revolução Gloriosa Inglesa, a Revolução Meiji no Japão, a Revolução Francesa, a Guerra de Secessão nos Estados Unidos e a Revolução Socialista Russa.  

– A Revolução Gloriosa ocorreu em 1688 e foi uma das etapas da Revolução Inglesa, além de ter sido responsável pela queda do absolutismo na Inglaterra. A monarquia absolutista inglesa transformou-se em uma monarquia constitucional, que consolidou o domínio da burguesia na Inglaterra. Os atritos entre o rei e o Parlamento concentraram-se, principalmente, na questão dos impostos. Carlos I desejava aumentá-los para aumentar também as receitas do reino e resultou na deposição do rei e na sua execução em 1649. Oliver Cromwell destacou-se nesse período e acabou tornando-se ditador da Inglaterra na década seguinte, na república ditatorial conhecida como Commonwealth.  

A Revolução Gloriosa é um marco na história da Inglaterra e também do mundo. A mobilização da burguesia tinha como objetivo combater os privilégios da nobreza típicos do feudalismo e do absolutismo, que impediam o desenvolvimento econômico burguês, que passou a investir no desenvolvimento tecnológico e científico, que foi fundamental para que a Inglaterra se tornasse o país pioneiro no processo de desenvolvimento industrial conhecido como Revolução Industrial. Isso, em longo prazo, transformou a Inglaterra na maior potência industrial e comercial do mundo no século XIX.  

– A Revolução ou Restauração Meiji designa um período de renovações políticas, religiosas e sociais profundas que ocorreram no Japão entre 1868 e 1900. É também chamado de “Renovação” posto que transformou o Império do Japão num estado-nação moderno, o que resultou no fim do governo teocrático, ditatorial e feudal da Era Xogunato Tokugawa (que começou a partir de 1600) e também dos famosos guerreiros, os Samurais. 

Como consequência da Revolução Meiji, temos um governo democrático, a modernização da estrutura econômica do Japão, a partir da abertura dos portos, que anteriormente estavam fechados para o comércio externo, e o desenvolvimento da urbanização, em detrimento do sistema feudal. Esse processo de renovação foi fundamental para o processo de ocidentalização do Japão considerado atualmente, uma das maiores potências imperialistas do mundo, e a maior do ocidente. 

– A Revolução Francesa, iniciada no dia 17 de junho de 1789, foi um movimento impulsionado pela burguesia e contou com a participação dos camponeses e das classes urbanas que viviam na miséria. Em 14 de julho de 1789, os parisienses tomaram a prisão da Bastilha desencadeando profundas mudanças no governo francês. A burguesia francesa, preocupada em desenvolver a indústria no país, queria acabar com as barreiras que restringiam a liberdade de comércio internacional. Desta forma, era preciso que se adotasse na França, segundo a burguesia, o liberalismo econômico. A burguesia exigia também a garantia de seus direitos políticos, pois era ela quem sustentava o Estado, posto que o clero e a nobreza estavam livres de pagar impostos. 

Em dez anos, de 1789 a 1799, a França passou por profundas modificações políticas, sociais e econômicas. A aristocracia do Antigo Regime perdeu seus privilégios, libertando os camponeses dos laços que os prendiam aos nobres e ao clero. Desapareceram as amarras feudais que limitavam as atividades da burguesia e criou-se um mercado de dimensão nacional. A Revolução Francesa foi a alavanca que levou a França do estágio feudal para o capitalista e mostrou que a população era capaz de condenar um rei. Igualmente, instalou a separação de poderes e a Constituição, uma herança deixada para várias nações do mundo. 

– A “Guerra de Secessão” ou “Guerra Civil Americana” foi uma guerra civil ocorrida nos Estados Unidos da América, entre 1861 e 1865. O conflito envolveu os Estados do Norte (União) e os Estados do Sul (Estados Confederados da América) pela emancipação dos escravos e terminou com a vitória da União. O Norte desejava uma política econômica protecionista e abolicionista. Por sua parte, os latifundiários escravistas e aristocratas confederados preferiam manter a escravidão.  

Após o conflito, a principal diferença entre os estados do norte e do sul – a escravidão – desapareceu, possibilitando a união entre eles. No entanto, a segregação racial também começou neste momento deixando milhares de afro-americanos sem os mesmos direitos que os brancos. Os campos e cidades sulistas foram destruídos pelos exércitos do Norte e os estados perderam sua influência política nos Estados Unidos. Por outro lado, a região Norte foi beneficiada pela Guerra de Secessão, pois houve uma grande expansão do setor industrial. Como a União venceu a guerra, o modelo industrialista do Norte se tornou hegemônico nos Estados Unidos e guiou o desenvolvimento econômico do país. Isso levou os EUA a serem hoje a maior potência econômica e bélica do mundo.  

– A Revolução Socialista na URSS. A Revolução Russa de 1917 foram dois levantes populares: o primeiro ocorrido em fevereiro, contra o governo do czar Nicolau II, e o segundo, em outubro. Na Revolução de Fevereiro, os revolucionários aboliram a monarquia e, na Revolução de Outubro, começaram a implantar um regime de governo baseado em ideias socialistas. O governo passou a controlar toda a produção, extinguindo a propriedade privada.  

Na Rússia, durante o século XIX, a falta de liberdade era quase absoluta. No campo, reinava uma forte tensão social, devido à grande concentração de terras na mão da nobreza. A Rússia foi o último país a abolir a servidão, em 1861 e em muitos lugares, continuava-se com o sistema de produção feudal. Milhares de pessoas eram enviadas ao exílio na Sibéria condenadas por crimes políticos. Capitalistas e latifundiários mantinham o domínio sobre os trabalhadores urbanos e rurais.  

Em 1922 foi estabelecida a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), sob liderança de Lenin. Após sua morte, em 1924, iniciou-se uma luta pelo poder entre Trotsky e Stalin. Derrotado, Trotsky foi expulso do país e, em 1940, foi morto na cidade do México, por um assassino a serviço de Stalin. Sob seu governo, a URSS conheceu uma das mais violentas ditaduras da história, ao mesmo tempo que passava por um crescimento econômico vertiginoso. Durante a II Guerra Mundial, o país seria um dos principais inimigos do nazismo, aliado dos Estados Unidos e do Reino Unido. Após o conflito, seria alçada à condição de segunda potência mundial, disputando com os EUA influências sobre o mundo, que ficou conhecida como Guerra Fria.  

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