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CHAPA 2 “SINTED NOSSA FORÇA, NOSSA VOZ” É ELEITA PARA NOVA DIRETORIA TRIÊNIO 2020-2023

Nesta última quinta-feira (28), o Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Três Lagoas e Selvíria – MS realizou o pleito eleitoral para eleger a Diretoria Triênio 2020-2023. Foram 19 polos de votação, em escolas e CEIs (Centro de Educação Infantil), onde todos seguiram as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), Ministério da Saúde e decretos municipais, para evitar a propagação da Covid-19.

Com o período de votação das 8h às 18h, os filiados puderam escolher entre duas chapas inscritas, sendo chapa 1 “Resistência e Luta: Transparência e Respeito Sempre”, composta pela atual presidente, professora Maria Laura Castro dos Santos, e sua vice-presidente, professora Luciana Rueda Soares. Já a chapa 2, “SINTED – Nossa Força, Nossa Voz!”, conta com a participação da professora Maria Aparecida Diogo, que já presidiu ao sindicato anteriormente, tendo Adriana Paula Vasconcelos Medeiros como sua vice.

A apuração dos votos iniciou às 18h e terminou às 23h, na sede do SINTED, contando com a presença da Comissão Eleitoral, fiscais, mesários e seguranças. Todos utilizaram máscaras e álcool em gel para higienização das mãos.

Com 574 votos para a diretoria e 584 para o conselho fiscal, a Chapa 2 “SINTED Nossa Força, Nossa Voz” foi a vencedora e irá conduzir o sindicato pelos próximos três anos. A chapa 1 contou com 320 votos para a diretoria e 202 votos para o conselho fiscal. A posse da nova diretoria será a partir da publicação do Edital de Eleição Nº 006/2020, veiculados pelos jornais Hoje Mais e Jornal do Povo ainda neste sábado (30), com a regulamentação necessária.

Maria Aparecida Diogo agradeceu a todos os trabalhadores em educação pelo apoio. “Queremos agradecer pela transparência desse processo democrático da eleição da nossa entidade sindical, que fez 42 anos agora no município de Três Lagoas. Ao mesmo tempo, queremos pedir a todos os filiados e filiadas, aos componentes da chapa um e chapa dois, que agora acabou a eleição e devemos focar em nossas pautas. Na hora que pudermos retornar para as ruas e estar fazendo nossos embates, que estejamos juntos e unidos para o que vem pela frente no Brasil, porque não será fácil”, afirma.

Eleita vice-presidente, Adriana Paula Vasconcelos Medeiros diz estar emocionada com a vitória. “Sempre estive muito ligada ao SINTED, mas como diretoria é minha primeira vez. Quero agradecer a todos que nos ajudaram e apoiaram nessa campanha via internet, utilizando todos esses meios porque não podíamos nos abraçar ou nos encontrar”.


A presidente da Comissão Eleitoral, professora Maria Dovaneide de Souza, agradece a todos pela colaboração em conseguir realizar o pleito eleitoral em plena pandemia. “Não foi fácil, ficamos meses trabalhando, com noites sem dormir, nos esforçando e dando o nosso melhor para que tudo ocorresse certo nessa eleição. Ficamos gratas por ter vencido essa etapa e parabenizamos as duas chapas pela força e determinação neste período tão difícil para o mundo inteiro”.


A atual presidente, professora Maria Laura Castro dos Santos, parabeniza a chapa dois pela vitória. “O direito de democracia foi exercido e ficamos felizes com todo o empenho e apoio durante esses últimos meses. Desejo uma gestão de sucesso à chapa dois, pois a luta não pode parar, que vocês tenham força para resistir e coragem para lutar”, finaliza.

DIRETORIA “SINTED NOSSA FORÇA, NOSSA VOZ!”:

Presidente: Maria Aparecida Diogo;

Vice-Presidente: Adriana Paula Vasconcelos Medeiros;

Primeira Secretária: Isabel de Lourdes Lopes Souza Borges;

Segunda Secretária: Lucilene da Silva Santos;

Primeira Tesoureira: Valdenia Aparecida de Almeida;

Segunda Tesoureira: Celenir Maria Soares Nunes;

Departamento de Imprensa e Divulgação: Petrônio Alves Corrêa Filho;

Departamento de Educação e Sócio-Cultural: Milene Machado Ribeiro;

Departamento de Formação Sindical: Rosimeire Leiko Tsuruda;

Departamento de Assistência e Jurídicos: Izabela de Lourdes da Silva Dantas;

Departamento de Lazer e Desportos: Luiz Henrique Bueno Sferra;

Departamento dos Aposentados: Arlinda Fátima de Andrade;

Departamento dos Administrativos: Lindinalva de Melo Ferreira Rego.

Primeira Suplente de Departamento: Ana Maria Silva Antunes;

Segunda Suplente de Departamento: Maria Luiza Barrios de Lamare.

Conselho Fiscal: Ana Maria Neves, Luciene Soares da Silva, Nilva Aparecida Costa, Fátima Pereira Gonsalves; Conselheira Érica Adriana Bertoletti Lemes;

Suplentes: Adriana Ribeiro Santana e Gislaine Maria da Silva Marquez.

ELEIÇÕES DO SINTED TRIÊNIO 2020-2023 INICIAM HOJE (28)

Nesta quinta-feira (28), o Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Três Lagoas e Selvíria – MS iniciou o pleito eleitoral para eleger a Diretoria triênio 2020-2023. São 19 polos de votação, em escolas e CEIs (Centro de Educação Infantil) de diversos bairros da cidade, todos seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), Ministério da Saúde e decretos municipais, com os devidos cuidados para evitar a propagação da Covid-19.

O uso da máscara é obrigatório, além da disponibilização do álcool em gel para filiados utilizarem antes e pós-votação. Há também um termômetro digital corporal em cada polo, para identificar se o filiado está com febre. Outras orientações como manter o distanciamento de dois metros entre os trabalhadores da educação estão sendo supervisionados por seguranças, mesários e secretários. Fica expressamente proibido fazer aglomeração dentro e fora de qualquer polo de votação, inclusive no momento da apuração dos votos.

O período de votação será das 8h às 18h, e o resultado sairá ainda hoje à noite. Cada filiado deverá votar em seu devido polo, seguindo as orientações da Comissão Eleitoral do SINTED, munidos de documento original com foto. Caso o nome do filiado não constar na lista, deverá procurar pela Comissão na sede do SINTED.

CONHEÇA AS CHAPAS INSCRITAS

CHAPA 1: “Resistência e Luta: Transparência e Respeito Sempre”:

Presidente: Maria Laura Castro dos Santos;

Vice-Presidente: Luciana Rueda Soares;

Primeira Secretária: Sueli R. de Souza Militão Pereira;

Segunda Secretária: Elenir Antônia de Queiroz;

Primeira Tesoureira: Adriana Lofego;

Segundo Tesoureiro: Junior César Alves da Silva;

 Departamento de Imprensa e Divulgação: Edineia Carvalho de Lima;

Departamento de Educação e Sócio-Cultural: Nilce de Souza Lima;

Departamento de Formação Sindical: Fernanda Roberta Ramos;

Departamento de Assistência Éticos e Jurídicos: Wellington Douglas de Oliveira;

Departamento de Lazer e Desporto: Arlindomar Ruyllon da Silva Soares;

Departamento dos Aposentados: Dora Lúcia Zuque Nunes;

Departamento dos Administrativos: Adriene Gomes Lima;

Primeiro Suplente de Departamento: Danielle Cristina M. Gomes Pego;

Segundo Suplente: Marlucy Jesus de Souza.

Conselho Fiscal: Leidiane dos Santos Felix, Geni Vanda de Oliveira Figuera, Caio Julio Marceliano, Welton Rodrigues de Souza, Flávia Angélica dos Santos;

Suplentes: Vanessa Lopes F. Viana e Gabriel do Nascimento Carvalho.

CHAPA 2: “SINTED – Nossa Força, Nossa Voz!”:

Presidente: Maria Aparecida Diogo;

Vice-Presidente: Adriana Paula Vasconcelos Medeiros;

Primeira Secretária: Isabel de Lourdes Lopes Souza Borges;

Segunda Secretária: Lucilene da Silva Santos;

Primeira Tesoureira: Valdenia Aparecida de Almeida;

Segunda Tesoureira: Celenir Maria Soares Nunes;

Departamento de Imprensa e Divulgação: Petrônio Alves Corrêa Filho;

Departamento de Educação e Sócio-Cultural: Milene Machado Ribeiro;

Departamento de Formação Sindical: Rosimeire Leiko Tsuruda;

Departamento de Assistência e Jurídicos: Izabela de Lourdes da Silva Dantas;

Departamento de Lazer e Desportos: Luiz Henrique Bueno Sferra;

Departamento dos Aposentados: Arlinda Fátima de Andrade;

Departamento dos Administrativos: Lindinalva de Melo Ferreira Rego.

Primeira Suplente de Departamento: Ana Maria Silva Antunes;

Segunda Suplente de Departamento: Maria Luiza Barrios de Lamare.

Conselho Fiscal: Ana Maria Neves, Luciene Soares da Silva, Nilva Aparecida Costa, Fátima Pereira Gonsalves; Conselheira Érica Adriana Bertoletti Lemes;

Suplentes: Adriana Ribeiro Santana e Gislaine Maria da Silva Marquez.

CNTE prepara campanha de sensibilização para que parlamentares votem o Fundeb

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) começa a partir de hoje (27) até o dia 30 de maio a campanha para que os parlamentares coloquem em votação, de forma urgente, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 15/2015 – que trata da renovação do Fundeb – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. A vigência deste Fundo vai até 31 de dezembro deste ano, por isso é tão importante que ele seja renovado a tempo de garantir o financiamento da educação pública de milhares de municípios em 2021.

Nesta campanha, convidamos todos/as que defendem uma educação pública de qualidade para produzir vídeos, fotos e manifestações em defesa da votação do Fundeb, dialogando nas redes sociais com deputadas/os e senadores/as. A CNTE vai reunir os apoios durante a semana e no dia 30 de maio vai intensificar a mobilização virtual nos perfis dos/as parlamentares nas redes sociais, usando a hashtag #VotaFundeb.

Saiba mais sobre o Fundeb

Principal mecanismo de financiamento da Educação Básica, o Fundeb é atualmente responsável por 50% de tudo o que se investe por aluno a cada ano em pelo menos 4.810 municípios brasileiros (86% do total de 5.570 municípios). Se o Fundeb não for renovado, quase metade das escolas do país poderão fechar as portas, deixando alunos sem aulas. Além da necessidade de ser renovado, é preciso que o Fundeb seja permanente para que os estudantes não corram o risco de perder esse direito.

A CNTE propõe a subvinculação de no mínimo 80% dos recursos do Fundeb para remunerar todos os profissionais da educação. O aumento do aporte da União é uma forma de garantir melhores condições de trabalho, salário e carreira para as trabalhadoras e trabalhadores das escolas públicas.

Aumento de recursos

O Fundeb já provou ser um instrumento extraordinário para aumentar o número de matrículas nas escolas. Mas os recursos ainda são insuficientes. O aumento do aporte da União no Fundeb, dos atuais 10% para 40% em 10 anos, além da inclusão de novas receitas ao Fundo (sobretudo as riquezas provindas da exploração de petróleo, gás e minérios), é importante para que o país de fato possa incluir, com qualidade, os mais de 2 milhões de crianças e adolescentes que ainda estão fora da escola. Também é necessário para a inclusão dos quase 80 milhões de jovens e adultos acima de 18 anos de idade que não concluíram a educação básica e os mais de 13 milhões de adultos analfabetos no país.

Atual situação da PEC 15/2015

A PEC 15/2015 é uma das principais propostas que tramitam na Câmara para a renovação do Fundeb. Há consenso para tornar o Fundeb permanente e para ampliar os recursos porém ainda há debate sobre os valores do aporte da União (ainda não está garantido o aumento de 40% que a CNTE reivindica) e a forma de distribuição desses recursos (a fatia de 80% para todos os profissionais da educação também está em discussão). É preciso pressionar sobretudo o governo federal para que de fato os/as parlamentares valorizem a educação pública, profissionais e estudantes. Aumentar os recursos do Fundeb é melhorar a qualidade da educação pública e incluir estudantes que ainda estão fora da escola.

CNTE

TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO DE TRÊS LAGOAS FAZEM MANIFESTO CONTRA PROJETO LEI DE AUMENTO DA ALÍQUOTA DA PREVIDÊNCIA ESTADUAL

Na última segunda-feira (18), os Deputados Estaduais de Mato Grosso do Sul apresentaram um Projeto Lei de Aumento da Alíquota da Previdência Estadual, sem considerar qualquer debate com os servidores públicos. Este Projeto prevê a redução do salário dos Aposentados e Ativos, prejudicando e atacando os direitos dos trabalhadores.

Em tempos difíceis de pandemia, ressaltamos que este projeto não é justo e nem necessário, pois não é verdade que a Emenda feita na Constituição Federal obriga todos os estados a repassarem integralmente a Alíquota de 14% aos Servidores(as) Aposentados(as) e Ativos(as).

Com concentração às 8h, em frente ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Três Lagoas e Selvíria, foi realizada hoje (20), uma carreata pelas ruas de Três Lagoas, contra o aumento da Alíquota da Previdência Estadual.

Durante o ato, houve um protesto em frente ao condomínio do Deputado Estadual, Eduardo Rocha, com mais de um metro de distância entre os trabalhadores, pedindo para que vote contra o Projeto Lei.

Todos os trabalhadores seguiram as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde), Ministério da Saúde e decretos municipais, utilizando máscaras e em seus veículos, sem aglomerações.

É o nosso SINTED na luta pelos direitos dos servidores públicos.

Por que a gente ainda não tem amiga trans/travesti? – por Rafael Borges

Dias atrás em uma roda de amigos entre cervejas e risadas surgiu o assunto da transexualidade; refletindo, percebemos que essas pessoas não fazem parte de nossa vida cotidiana. Quando eu falo cotidiana, me refiro a participar efetivamente em: almoços, festas de aniversário, rolezinhos de bares e afins.

Nós não convivemos com pessoas trans. E isso é uma entre as muitas das estratégias que o Estado, a mídia e tudo aquilo que pauta e organiza nossa socialização, criou para que a gente não convivesse com pessoas trans./travesti; isolando-as, mostrando que o lugar delas são os piores: HIV, promiscuidade, drogas, problemas psicológicos, pessoas violentas (vide a história da navalha – “não chegue perto delas, travesti andam com navalha”), prostituição.

Renata Carvalho, uma atriz transpóloga*, disse recentemente em uma entrevista que existe a transfobia estrutural e ela ressalta que quando falamos de estruturas significa que fomos ensinados, que crescemos aprendendo: a não gostar, a rir, a masculinizar, a não ter por perto e principalmente, ter medo.

 Quando falamos em travesti, é nisso que pensamos: pessoas da noite, que ficam na esquina, “rodando bolsinha”, debaixo de um poste de luz amarela piscando e ela rezando para não queimar porque pra ela comer, ela precisa ser vista. A exclusão faz parte da construção da identidade travesti desde o dia que esse corpo se torna visível para a sociedade.

Mas eles também não dizem que as pessoas trans./travesti além de todo o espancamento moral, são as que mais morrem no Brasil. Todos os dias. Elas são isoladas pelo Estado, que recentemente começaram um movimento de criação de políticas públicas, por exemplo, como se pessoas trans./travesti começassem a “surgir” agora, depois que “a novela mostrou” que elas existem.

Não bastasse o Estado e a sociedade, elas também são isoladas por nós LGBTs, que não fazemos esse tipo de pergunta, que vivemos num mundo binário (ou é homem ou é mulher). Ou então que identificamos travesti como homem afeminado. E não é isso. Também não somos educados a pensar assim, a questionar assim.

Essas questões me vieram à tona quando pude conhecer uma travesti, no final do ano passado, que veio para mudar e quebrar todos os paradigmas que eu carregava sobre ter/ ser amigo de pessoas trans./travestis. Esta hoje se tornou uma grande amiga, tão amiga que costumo chamá-la de filha, carinhosamente. E com isso começou a fazer parte da minha vida efetivamente.

Apesar disso, ela passou por vários momentos de transfobia dentro da minha casa: um lugar que eu acreditava ser o mais seguro para receber todos meus amigos LGBTs. Desde piadas sobre seu corpo até dúvidas sobre a sua travestilidade. E esses acontecimentos trouxeram essas reflexões acerca destes corpos tão marginalizados e oprimidos pelo sistema heternormativo patriarcal.

Tenho certeza que o que me fez pensar nisso foi a militância. E mais do que “ah, você é daquela galera dos direitos humanos, do politicamente correto, ‘descansa militante’” e tantas outras frases que querem nos reduzir e silenciar. Compreendo que o papel da militância é o de intervir diretamente a favor de qualquer discriminação, sobretudo se uma destas pessoas forem aquelas que compõem as letras da diversidade. Porque quanto mais nós mudamos de classe social e econômica, começamos a circular em espaços elitizados – como a universidade, por exemplo – menos a gente convive com essas pessoas.

A transfobia está dentro de nós. É um papel nosso inverter isso. Se essas violências sistemáticas acontecem por décadas e, ainda assim, em pleno 2020, não conseguimos ver como “normalidade” as amizades entre pessoas cisgêneras e pessoas trans/travestis, é plausível afirmar que isso ainda é uma problemática estrutural e que cabe a nós enquanto sociedade repensar essas relações de afeto e amizade.

* Transpóloga: terminologia usada por Travestis e Transexuais que estudam seus corpos e os corpos trans na sociedade. Equipare-se a palavra antropóloga.

O DESAFIO DE SER MÃE E TRABALHADORA DA EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE PANDEMIA

Relatos de mamães profissionais da educação durante a pandemia da Covid-19.

Ser mãe não é uma tarefa fácil. Em tempos de pandemia, ficou ainda mais difícil. O sobrecarregamento das mulheres que cumprem o isolamento social com suas famílias veio com dificuldades, principalmente para quem faz o home-office, termo em inglês do que seria “trabalhar em casa”.

O Coronavírus trouxe uma nova vida para os educadores. Antes, o que era contato físico, agora é virtual. Devido as medidas de decretos municipais e recomendações da Organização Mundial da Saúde e Ministério da Saúde, escolas foram fechadas e professoras precisaram se adaptar aos novos meios da tecnologia, com ensino à distância.

Com uma filha de apenas seis meses e mamãe de primeira viagem, Milene Machado Ribeiro é professora e já observa o sobrecarregamento materno nesta crise mundial. “O Home-office apresentou-se como uma solução em tempos de pandemia, mas conciliar os diversos papéis por nós mulheres, sem sobrecarregar e naturalizar o sofrimento materno, ainda tem sido algo problemático”.

Milene e sua filha de seis meses.

Milene começou há pouco tempo sua vida na maternidade, e apesar de estar imensamente feliz, é consciente do esgotamento físico e mental que muitas mães sofrem, especialmente aquelas que não podem contar com uma rede de apoio (avós, companheiro, parentes, amigos, entre outros) que auxiliam na criação dos filhos.

A pressão psicológica é um dos fatores que mais prejudicam as mães e professoras durante a pandemia. Vanessa Valentim de Oliveira Valim é professora e mãe de uma menina de seis anos e um menino de apenas três, e explica que tenta manter o equilíbrio para não deixar tarefas inacabadas. “Quando se trabalha fora, de algum jeito nos distraímos, agora com a quarentena, a carga psicológica sobre nós é muito grande. Ser mãe, profissional, mulher não é fácil, ainda mais em tempos de pandemia. Estamos nos superando”.

Vanessa e seus filhos.

Muitos alunos não possuem aparelhos ou internet para as aulas virtuais, desfavorecendo e dificultando o processo de aprendizagem. Milena explica “vejo com preocupação o movimento educação à distância na Educação Básica, especialmente na primeira etapa que é a Educação Infantil. Temo pelo afrouxamento do ensino destinado às classes populares e a implantação do homeschooling (termo em inglês para ‘Educação Escolar em Casa’)”.

Por trás das heroínas da educação, há também a mãe heroína que tenta conciliar seu trabalho com sua vida pessoal. Acordar cedo, trabalhar, cuidar da casa, dos filhos e ter tempo pra si mesma. Essa é uma rotina normal para muitas mães. E claro, não podemos esquecer de dar atenção aos filhos, brincar, ouvir, aconselhar, ajudar, entre muitas e outras atividades do dia a dia.

Atualmente no cargo de diretora, a professora Ednéia Borges dos Santos Laurentino tenta conciliar ser mãe de três filhos, esposa, filha e trabalhar incentivando estudantes e professores. “Na educação, principalmente nos anos iniciais, temos muito contato físico, interação profunda e é assim que se dá a aprendizagem nessa etapa. Nesses tempos de isolamento social, uma tela nos separou, tivemos que nos redescobrir de como ensinar e não perder o afeto e o amor”.

Ednéia e seus filhos.

Jeniffer Elen da Silva é mãe, professora, e atualmente está como coordenadora de escola. Com um filho de apenas dois anos, fala da dificuldade em conciliar seu trabalho e sua vida pessoal.

“O maior desafio é estar com uma criança que não faz a mínima ideia do que está acontecendo e associa minha presença em casa como folga. Então quando eu digo ‘mamãe está trabalhando’, ele chora, não compreende. Quer colo. Hoje estou como coordenadora e já tive que falar ao telefone com pais de alunos e meu filho subindo no sofá ou gritando. Alguns compreendem, outros não”, explica.

Jeniffer e seu filho de dois anos.

O esposo de Jeniffer também trabalha com a educação e divide as tarefas de casa. “Estar em casa e com tudo ali: brinquedos espalhados, filho querendo atenção, roupas esperando para serem colocadas na máquina… É uma loucura!”.

Inicialmente, Jeniffer relata que chorava devido à situação, mas hoje, diz estar mais acostumada com sua rotina. “Eu levanto para trabalhar. Coloco horários. Procuro distrair o Artur [meu filho] com seus brinquedos e vamos levando. Quando preciso ir até o local do serviço, tenho que ter algumas parcerias para ajudar. Mesmo sabendo da situação de isolamento, nem sempre é cem por cento”, conta.

MÃES E ADMINISTRATIVAS

Os serviços prestados por trabalhadoras administrativas da educação são essenciais para a formação e desenvolvimento do aluno. São elas que mantém as escolas limpas, fazem a merenda dos alunos, ajudam, auxiliam e também aconselham as crianças. Muitas vezes são chamadas carinhosamente de “tia” pelos alunos, mas elas são muito mais do que isso, são mães que lutam diariamente nessa pandemia, cumprindo horário nas escolas, em um revezamento, para manter as escolas organizadas e acolhedoras para quando as crianças voltarem.

Priscila Trindade de Souza é administrativa atendente, e tem quatro filhos. Três meninas e um menino. Sua rotina não é fácil e começa às 5h da manhã. “Acordo cedinho, dou mama para meu bebê de sete meses. Tenho uma filha de três anos e as outras maiores são de 10 e 12 anos. É uma correria, levanto, faço comida para deixar para elas comerem. Como não está tendo escola, elas estudam em casa. Se eu estiver no meu dia de revezamento, de manhã preparo o café e minha mãe me ajuda ficando com as crianças, enquanto vou trabalhar.”, conta.

Filhos de Priscila.

Por outro lado, Cristiane Elias de Souza é auxiliar de escola, tem um filho de 15 anos e enfrenta dificuldades na aprendizagem de seu filho com o ensino à distância. “Meu filho estuda em escola estadual e durante essa pandemia, estamos estudando juntos em casa e online no período em que estou em casa e posso ajudá-lo. Este tipo de estudo para o meu filho, que sempre teve dificuldade na aprendizagem, está sendo bem mais lento e complexo, pois nem sempre as atividades propostas pelos professores são de fácil entendimento”, explica.

Cristiane e seu filho de 15 anos.

Atendente da Educação Infantil, Cláudia Alcione Aureliano da Silva toma todos os cuidados durante seu revezamento. ”Agora, no revezamento,  estamos  mantendo nossos ambientes organizados, higienizados e antecipando algumas coisas para volta das crianças, usando máscaras  o tempo todo e álcool  em gel”. Com três filhas, Cláudia também vive o caos da correria. “É muito corrido mas tento dar o meu melhor.  É cansativo, mas é preciso”.

Cláudia e suas filhas.

A EDUCAÇÃO PÓS-PANDEMIA

É incerto de se pensar sobre o futuro da educação após a pandemia. Isso implica na saúde mental dos profissionais da educação e também dos alunos.

“Eu ainda nem consigo me imaginar após a pandemia. Creio que voltaremos com receio, com hábitos novos. Essa educação à distância na verdade visa minimizar danos, porque os danos existem e nada substitui a presença do professor. Vamos encontrar estudantes que não tiveram a mesma facilidade em aprender, o mesmo acesso. Teremos um cenário que, por mais que eu tente, não tem como mensurar”, conta Jeniffer.

Milene lembra da falta de valorização da ciência e saúde. Desde de 2019, ambos vem sofrendo cortes e sem muitos investimentos. Ano passado, várias manifestações contra o governo federal foram feitas, onde servidores públicos suplicaram pela valorização da educação e saúde.

“Espero que esse momento sirva para defendermos e valorizarmos a Ciência, a Educação, o Sistema Único de Saúde -SUS. Que a Educação seja libertadora e crítica para que os estudantes tomem consciência da sua posição de dono dos serviços públicos. Da cidadania e da soberania do cidadão numa democracia.”

Cristiane se preocupa como mãe e educadora em relação as exigências do aprendizado das matérias neste período difícil. “Ao meu ver, não podemos comparar a aprendizagem de uma escola à de uma casa. Nós, como mães, não temos a obrigação de exigir que cumpram o conteúdo escolar. Penso que devemos educar nossos filhos com boas maneiras, amor e respeito, e assim deixá-los viver durante essa pandemia, pois não sabemos o dia de amanhã. O ano letivo a gente recupera no próximo ano”, explica.

Cláudia diz que voltará as aulas com receio. “Como é uma coisa nova, para nós da educação infantil, vai ser mais difícil porque temos um contato muito grande com as crianças.’’ Vanessa completa.  “Será desafiador, porque não sabemos quais serão os efeitos dessa pandemia na saúde e no psicológico dos nossos alunos”.

Ednéia tem esperanças e vê a educação mais valorizada. “Será de mais desafios, porém com mais parceiras com os pais e com credibilidade no ensino brasileiro, que levamos com dedicação e amor”, finaliza.

Em meio as dificuldades, em tempos difíceis, o SINTED parabeniza e deseja força a todas as mamães que lutam diariamente pela educação, tornando o mundo um lugar melhor. Feliz dia das mães!

MOMENTO HISTÓRICO: a Educação conquista importante vitória no Senado

A votação do PLP 39/2020, ontem, no Senado Federal, registrou mais um momento histórico da mobilização dos/as trabalhadores/as em educação em defesa de seus direitos e da sociedade em geral.

Após ter articulado com os partidos de oposição, na Câmara dos Deputados, a inclusão de emenda para suprimir o art. 8º do PLP 39, que trata do congelamento de salários e da carreira da maioria dos servidores públicos – tentativa essa que não logrou êxito –, os profissionais da educação pública (professores e funcionários) acabaram sendo excetuados da malfadada regra de contenção fiscal do referido projeto de lei complementar. Para tanto, contaram com o apoio de parlamentares de diversos partidos políticos, além da bancada de oposição, que juntos somaram 287 votos a favor da emenda apresentada pelo Partido dos Trabalhadores – PT.

Numa medida pouco usual, deselegante e antidemocrática, o presidente do Senado, na mesma noite em que a Câmara dos Deputados alterou o substitutivo da Casa de origem – flexibilizando a regra de congelamento de despesas com pessoal nas três esferas e nos três Poderes –, emitiu declaração no sentido de que desconsideraria as mudanças da Câmara e retornaria na íntegra o substitutivo original do Senado.

Contudo, uma mobilização gigantesca dos/as trabalhadores/as em educação de todo país tomou conta das redes sociais e conseguiu sensibilizar os/as senadores/as da República, que votaram unanimemente pela exclusão dos/as educadores/as das regras de contenção salarial e da carreira previstas no PLP 39/2020.

Não obstante a expressiva vitória, numa atitude de desfaçatez e com vistas a abrir brechas aos gestores para não conceder reajustes e poderem congelar as carreiras do pessoal da educação e de outros servidores, o presidente do Senado (também relator do PLP 39/2030) manteve no texto parte do substitutivo original que havia sido alterado na Câmara dos Deputados, condicionando a exclusão da regra de congelamento apenas aos servidores “envolvidos diretamente com a pandemia”. Essa bravata regimental do presidente Alcolumbre foi bastante contestada pela maior parte dos/as senadores/as, mas tudo indica que acabou prevalecendo na redação final do PLP 39/2020, até o momento indisponível para consulta pública.

A CNTE não tem dúvida da enorme conquista alcançada ontem no Senado, à qual agradecemos a todos os partidos políticos e parlamentares que defenderam o direito à educação e à valorização de seus profissionais. Também temos a certeza de que eventuais subterfúgios criados na redação do PLP 39/2020 não intimidarão a luta de nossa categoria para assegurar os direitos de quem está e continuará à frente do processo de escolarização das crianças, jovens e adultos brasileiros. Seja no campo político ou judicial, manteremos a disposição em conquistar exatamente aquilo que expressou a vontade dos parlamentares do Congresso Nacional nesses dias 5 e 6 de maio de 2020, tanto na Câmara como no Senado. As notas taquigráficas não nos deixam mentir e serão nossas aliadas!

Porém, outras questões nos preocupam mais! A exclusão da vinculação das receitas educacionais do auxílio aos Estados, DF e Municípios causará restrições imensuráveis ao financiamento das escolas públicas e requererá, muito em breve, nova intervenção federal (seja através do Governo ou do próprio Congresso) no sentido de recompor essa atividade pública essencial. Já a renovação do Fundo da Educação Básica – FUNDEB aguarda votação na Câmara dos Deputados (PEC 15/2015) e é essencial para manter a oferta pública educacional de qualidade no país. O atual FUNDEB expirará em 31.12.2020 e precisa ser renovado de forma permanente e com mais recursos públicos.

Sigamos juntos/as e mobilizados na luta em defesa da educação pública e de seus profissionais!

CNTE

SINTED de Três Lagoas e Selvíria é o primeiro sindicato de MS a realizar Assembleia Geral por Webconferência

Em tempos de pandemia da COVID-19, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Três Lagoas e Selvíria – MS (SINTED) buscou inovar para manter as Assembleias, respeitando seus filiados e todas as orientações repassadas pelo Comitê de Prevenção e Enfrentamento ao CoronaVírus do município de Três Lagoas e do Ministério da Saúde.

Na tarde do dia 29 de abril, foi realizada a primeira Assembleia Geral Extraordinária, por meio de uma webconferência, às 15 horas em terceira e última chamada. O SINTED de Três Lagoas e Selvíria é o primeiro sindicato do estado de Mato Grosso do Sul a se adaptar aos meios da tecnologia para manter contato com seus filiados e seguir o Estatuto do SINTED.

As pautas abordadas foram: Informes da Comissão Eleitoral; Prorrogação das Eleições do SINTED 2020; Prorrogação do mandato da atual diretoria – Triênio 2017/2020; e Aprovação do Fundo Eleitoral que destinarão recursos financeiros para as chapas que concorrem ao pleito das eleições, conforme previsto no Art. 53 do Estatuto do SINTED.

Durante a Assembleia, foi reforçado sobre a prorrogação das eleições do SINTED para 28 de maio de 2020, podendo ser estendido a critério da Comissão Eleitoral, e também foi deliberado por unanimidade, a validade do mandato da atual diretoria por até 10 dias após o pleito, para trâmites legais.

Neste momento difícil, o SINTED agradece a todos os Trabalhadores da Educação presentes por webconferência, e iremos fazer o possível para manter a união da classe trabalhadora da educação, por meio digital.