Filiado à

Paulo Freire é terceiro teórico mais citado em trabalhos acadêmicos no mundo

Paulo Freire é terceiro teórico mais citado em trabalhos acadêmicos no mundo 1

O educador, pedagogo e filósofo brasileiro Paulo Freire é considerado, mundo a fora, um dos mais notáveis pensadores da história da pedagogia. Patrono da educação brasileira, Freire é simplesmente o brasileiro mais homenageado em todos os tempos, com 29 títulos de Doutor Honoris Causa por universidades da Europa e da América, e centenas de outras menções e prêmios, como Educação pela Paz, da UNESCO, que Freire recebeu em 1986.

O criador da Pedagogia de Oprimido agora é citado em um novo e impressionante título de reconhecimento: Paulo Freire é o terceiro pensador mais citado do mundo em universidades da área de humanas. O levantamento foi feito através do Google Scholar – ferramenta de pesquisa para literatura acadêmica – por Elliot Green, professor associado da London School of Economics. Segundo ela, Freire é citado 72.359 vezes, atrás somente do filósofo americano Thomas Kuhn (81.311) e do sociólogo, também americano, Everett Rogers (72.780).

PAULOFREIRE3

Outro ponto de reconhecimento da obra do educador pernambucano foi a menção da obra Pedagogia do Oprimido entre os 100 livros mais pedidos em universidades de língua inglesa pelo mundo. Reunindo mais de 1 milhão de ementas de estudos universitários americanos, ingleses, australianos e neozelandeses, o livro de Freire foi o único brasileiro a entrar no top 100 da lista. No campo de Educação, ele ficou em Segundo lugar entre os mais pedidos. O levantamento foi realizado pelo projeto Open Syllabus, e traz ainda outras 20 obras de Paulo na lista geral.

Em momento de intenso debate sobre educação no Brasil e sobre o legado do educador, a obra de Freire segue unânime pelo mundo. Na década de 1960, Paulo desenvolveu uma metodologia que realizou o feito de alfabetizar 300 cortadores de cana no Rio Grande do Norte em 45 dias. Paulo então foi convidado para preparar o Plano Nacional de Alfabetização, no governo João Goulart, que previa a formação de educadores em massa. O Golpe Militar, porém, interrompeu o plano e expulsou Paulo do país.

Paulo Freire é referencia em países diversos pelo mundo, e sua teoria visa aproximar o conteúdo acadêmico da vida cotidiana dos estudantes, oferecendo a possibilidade de que estes se apropriassem de suas próprias educações. Para ele, estudar não era um ato de “consumir ideias, mas sim de cria-las e recria-las”.

“[É necessário] Criticar a arrogância, o autoritarismo de intelectuais de esquerda ou de direita – no fundo, da mesma forma reacionários – que se julgam proprietários: os primeiros do saber revolucionário, os segundos do saber conservador; criticar o comportamento de universitários que pretendem conscientizar trabalhadores rurais e urbanos sem com eles se conscientizar também; […] buscam impor a superioridade de seu saber acadêmico às massas ‘incultas’”. Assim escreve Paulo, em sua obra mais reconhecida, Pedagogia Do Oprimido.

Ignorar ou mesmo negar a importância, a originalidade e a inovação contida na obra de Paulo Freire é junto ignorar a necessidade e o potencial de renovação na educação brasileira – coisa que o resto do mundo, que não é bobo nem nada, jamais fez, e segue estudando e se aprofundando no legado desse que é um dos maiores nomes da história da educação mundial.

Se você quiser conhecer melhor a obra de Paulo Freire, acesse a página do seu instituto – ou visite qualquer universidade importante pelo mundo.

Fonte: Hypeness

Presidente da FETEMS, Professor Jaime Teixeira e Secretaria de Comunicação Deumeires Morais se reúnem com o governo para discutir sobre o Processo Seletivo dos Professores

Presidente da FETEMS, Professor Jaime Teixeira e Secretaria de Comunicação Deumeires Morais se reúnem com o governo para discutir sobre o Processo Seletivo dos Professores 2

O presidente da FETEMS, Professor Jaime Teixeira e a Secretária de Comunicação, Deumeires Morais se reuniram hoje, dia 13 de janeiro,com o secretário adjunto de Educação do estado Edio Rezende, onde debaterem algumas questões relativas ao processo seletivo de Professores.

Em relação à autenticação dos certificados ficou definido que a SED irá encaminhar uma orientação para que os certificados com assinatura digital não sejam necessários a autenticação, a mesma será necessária apenas para os certificados com assinaturas manuais. Quanto ao item que trata do domicílio eleitoral e residencial, a FETEMS enviou um ofício solicitando a extinção dessa obrigatoriedade e a SED vai avaliar para responder, caso não seja resolvido por resolução a FETEMS entrará com mandado de segurança pois se trata de uma situação inconstitucional.


Em relação aos locais das provas, deve ser publicado o edital até quarta-feira. A FETEMS solicitou que a UCBD não seja um dos locais de prova pela dificuldade de acesso.
“O processo seletivo é um avanço para os trabalhadores em Educação no sentido de moralizar as contratações de professores, evitando as indicações políticas e de outras ordens e também para que o professor convocado que for classificado possa ter garantido o seu contrato por sua classificação, sem sofrer nenhum tipo de ingerência. São mais de 24.900 inscritos e desejamos sorte à todos que participarão do processo”, disse o presidente da FETEMS Jaime Teixeira.


A professora Deumeires Morais, secretária de Comunicação da FETEMS, disse que “mesmo estando no período de férias, a Federação está atenta ao processo seletivo e estaremos de plantão para acompanhar o momento para que tudo corra da melhor forma possível.”

FETEMS

Educação tem de ser protegida da ‘guerra cultural’

Educação tem de ser protegida da ‘guerra cultural’ 3

O enfrentamento ideológico que o bolsonarismo move contra adversários políticos convertidos em inimigos, como faz todo movimento radical e autoritário, infelizmente atinge a área da educação, vital para o futuro da sociedade. E pior, quando o Brasil patina na instrução de uma população jovem ainda numerosa. Por fatalidade demográfica, sua representatividade no conjunto dos brasileiros tende a diminuir, enquanto aumenta a dos idosos. Fenômeno universal, esta tendência ao envelhecimento da maioria tem várias implicações. Na educação, significa que começa a se esgotar o tempo a fim de que o país instrua da melhor forma possível seus jovens, para que, ao entrarem no mercado de trabalho, aumentem a produtividade da economia. É a fórmula do desenvolvimento.

O Brasil corre risco de não aproveitar esta oportunidade única. A janela demográfica começa a se fechar. Enquanto isso, a qualidade do ensino básico não avança. O último Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) manteve o Brasil na parte de baixo do ranking em Leitura, Matemática e Ciências. O exame, aplicado periodicamente pela Organização para o Desenvolvimento e Cooperação Econômica (OCDE), em que se congregam países ricos, e da qual o Brasil deseja ser membro pleno, testa estudantes na faixa dos 15 anos de idade.

A virtual estagnação dos brasileiros no Pisa é péssimo sinal. Mas o país não está na estaca zero. Desde a gestão de Fernando Henrique Cardoso, passando pelas de Lula e Dilma, cujo mandato foi completado pelo vice Michel Temer, até janeiro de 2019, foram 24 anos de razoável continuidade.

A educação conseguiu unir forças políticas e partidos diversos em torno de uma pauta comum. Neste período de quase duas décadas e meia foi alcançada a universalização na matrícula, criaram-se sistemas de acompanhamento da evolução da qualidade do ensino e lançaram-se os fundos (Fundef e Fundeb) que melhoraram a distribuição dos recursos em estados e municípios. Primeiro, no ensino fundamental, e depois, no básico como um todo.

O êxito da democratização da matrícula no ciclo fundamental trouxe uma queda no aprendizado, porque milhões de crianças das faixas mais pobres chegaram à escola. Um progresso que pressiona as estruturas de ensino para que não deixem esses jovens para trás. Esta barreira ainda está para ser vencida. Continua difícil, mas é preciso persistir.

Há várias experiências bem-sucedidas no país, também apoiadas por organizações da sociedade. Não existe fórmula secreta para a boa educação. Ela é conhecida. A dificuldade está em replicá-la na velocidade e extensão necessárias, em um país continental, com desníveis variados.

O Brasil está neste estágio, quando é deflagrada a “guerra cultural”. Ela atrapalha o difícil enfrentamento do problema da qualidade do ensino brasileiro, que vem acontecendo por meio de uma frente política mais ampla do que a visão estreita que reduz a realidade ao conflito entre “direita” e “esquerda”.

Não deve importar a tendência política do educador, mas como ele pode contribuir para ajudar o Brasil a sair deste estágio de virtual estagnação na melhoria do padrão de ensino. Não se trata de falta de um projeto. Sabe-se a direção a seguir. Até porque parte do caminho já foi percorrida. Mas é insuficiente. Há o currículo único e a reforma do ensino médio, por exemplo, a serem implementados. Converter a educação em campo de batalha entre extremistas é no mínimo falta de inteligência e de civismo.

(O Globo, 02/01/2020)

Como seria 2020 se as ruas não tivessem gritado contra cortes na Educação?

Como seria 2020 se as ruas não tivessem gritado contra cortes na Educação? 4

Daniel Cara* – Especial para o UOL

O Brasil se tornou um país imprevisível. E essa imprevisibilidade poderia ter tido consequências ainda piores se as manifestações de 2019 não tivessem imposto alguns freios a retrocessos ainda maiores nas políticas educacionais

É preciso explicar os governos Temer e Bolsonaro por suas alianças. Temer presidiu o país graças ao apoio de forças ultraliberais e ultrarreacionárias, com predomínio político dos primeiros. É a mesma aliança que sustenta o atual governo, porém – no caso atual – a dominância política cabe ao ultrarreacionarismo.

Paulo Guedes e seus aliados não compreendem que não são as pessoas que devem servir à economia (é a economia que deve servir às pessoas).

Obedecem a uma lógica de pensamento econômico em que o Estado deve ser reduzido a qualquer custo, perdendo sua função estratégica e social. Não falam de educação, saúde, mais empregos, distribuição de renda ou de desenvolvimento econômico, que deve ser pautado na reindustrialização. Apenas se ocupam da dívida pública, das taxas de inflação e de outros indicadores de interesse do mercado financeiro — esfera em que são comercializados os títulos públicos do país.

Em poucas palavras, os ultraliberais se limitam a debater os problemas, sem apresentar soluções, em uma equação em que a maioria esmagadora das pessoas não importa. Diante disso, se não ambicionam retomar a agenda do desenvolvimento, como ensinou o saudoso Celso Furtado, estão ainda menos dispostos a investir os recursos necessários para saldar a dívida do Estado brasileiro com a educação de seu povo.

Contudo, educação também é um investimento estratégico. Segundo estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), cada R$ 1 gasto com educação pública gera R$ 1,85 para o PIB (Produto Interno Bruto).

Já os ultrarreacionários atacam a educação para promover sua guerra cultural, trata-se de uma estratégia política.

Primeiro, posicionam alunos e famílias contra os professores com o “Escola ‘sem’ Partido”.

Ao mesmo tempo, buscam descredibilizar a escola como espaço público relevante com a “educação domiciliar”. Por último, com as escolas militarizadas ou “cívico-militares” tentam impor o autoritarismo às unidades escolares, desprezando o conhecimento científico da Educação – especialmente o pedagógico. E enfim, acusando de um esquerdismo inexistente, querem destruir os institutos federais de educação superior e básica, bem como todos os estabelecimentos públicos de excelência.

Abraham Weintraub, ministro da Educação, é a melhor síntese do governo Bolsonaro: ultrarreacionário ao extremo, ultraliberalismo sem qualquer freio — e sem contar com a reação do povo.

Reação das ruas
Ao apresentar um corte de 30% nas despesas discricionárias dos Institutos Federais, além do desmonte dos investimentos nacionais em Ciência e Tecnologia, o governo Bolsonaro gerou em 15 de maio de 2019 a maior mobilização da história do país em defesa da educação.

O chamado #15M foi espontâneo e teve como marca a demanda da população por um presente e um futuro dignos. As ruas ficaram apinhadas de estudantes, professores e pesquisadores, além de pais e mães de alunos. Por pressão, o governo Bolsonaro teve de recuar e, ao final do ano, reintegrou – com problemas – parte significativa dos recursos.

No evento “Democracia em colapso”, realizado em outubro, debati com Anielly Silva, Jones Manoel e Tory Oliveira o tema “Educação contra a barbárie”, título do livro para o qual colaboro com artigo, publicado pela Editora Boitempo. Diante da minha empolgação com os resultados do #15M e outras vitórias obtidas, Manoel recomendou que não nos apaixonemos pelas (pequenas, mas promissoras) conquistas.

Ele tem razão. Ocupar as ruas é necessário e, concretamente, resultou em um freio a Bolsonaro na educação – infelizmente, o mesmo não ocorreu com a Reforma da Previdência, por exemplo.

Na política é necessário demonstrar força. Porém, isso não basta. É imprescindível apresentar um projeto.

O #15M deu uma lição, que precisa ser continuada. As pessoas não se mobilizam apenas para resistir, elas precisam ter um norte. O mais sensato é retomarmos o espírito constitucional de 1988 e reinventarmos o desejo por um Estado de bem-estar social no Brasil, dedicado às pessoas e ao desenvolvimento sustentável.

Por sorte, contamos com as formulações do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova de 1932, de Florestan Fernandes e sua Campanha em Defesa da Educação Pública, com as elaborações do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública e das contribuições recentes da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

Na música “Sujeito de sorte”, Belchior disse “ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”. A frase é tão forte que nomeia um querido bloco de carnaval paulistano.

Em “Passeio no mundo livre”, Chico Science afirmou “Um passo à frente e você não está mais no mesmo lugar”.

Em 2019, principalmente com o #15M, foi dado um passo: limitado, incompleto, mas efetivo. Em 2020 é hora de acelerar a caminhada em defesa do direito à educação e pela centralidade da Ciência e Tecnologia no desenvolvimento do Brasil. Essa deve ser a base para nossa democracia e para um outro país possível: próspero, justo socialmente e sustentável.

Graças às mobilizações das ruas em defesa da Educação, Ciência e Tecnologia realizadas em 2019, 2020 será um ano em que a resistência estará mais preparada. Contudo, não pode ser mais um ano dedicado a denunciar. Precisa ser também um ano de retomada do projeto educacional brasileiro.

*Daniel Cara, 42, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, é doutor em educação e mestre em ciência política pela USP

(Portal UOL, 02/01/2020)

CNTE estimula mobilizações no Dia do Trabalhador Aposentado

CNTE estimula mobilizações no Dia do Trabalhador Aposentado 5

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) sempre teve como pauta a defesa intransigente daqueles que sempre estiveram e que continuam na luta pela manutenção e ampliação dos direitos conquistados e a defesa da escola pública de qualidade socialmente referenciada.

No dia 24 de janeiro comemora-se o dia do/a aposentado/ e a CNTE incluiu em seu calendário de mobilização, aprovado no último CNE, essa data, com o objetivo, não só de celebrar, mas também de dar visibilidade para toda sociedade dos problemas que a classe está enfrentando, entre eles, o desmonte da Previdência Pública no Brasil.

Para que essa pauta seja implementada, a sugestão é que todos os sindicatos filiados promovam mobilizações em lugares públicos, sejam atividades de lazer – músicas, danças, bem como ações políticas de denúncia do momento que se está vivendo – problemas de saúde, de discriminação e de tantas ameaças aos trabalhadores/as aposentados/as.

Clique aqui e confira todos os materiais de divulgação produzidos para esta campanha.

Fonte: CNTE

O que o país tem a aprender com a educação de Pernambuco

O que o país tem a aprender com a educação de Pernambuco 6

O secretário de Educação e Esportes de Pernambuco, Frederico da Costa Amancio, não esconde a sinceridade no início da entrevista a Educação: “Temos plena consciência de que ainda falta muito a ser feito em nosso estado, como de resto no país, para colocar o ensino médio num patamar satisfatório, mas é impossível não reconhecer a rápida evolução ocorrida aqui”.
Há também razão nas palavras de Fred Amancio, como é conhecido no meio educacional. Em pouco mais de uma década, todos os indicadores do médio por lá saltaram de índices constrangedores para as melhores posições nos rankings nacionais. Diante da transformação feita por um estado sempre desafiado a enfrentar entraves sociais e financeiros históricos, como todos do Nordeste, fica fácil concluir que algo parecido não foi feito em outros estados, antes de tudo, por incompetência, desinteresse, corrupção, irresponsabilidade ou tudo isso junto.
Leia: Ensino médio: determinação política e investimentos para viabilizar período integral

Educação mão na massa

Pernambuco criou, em 2004, um projeto-piloto para aprimorar a qualidade do aprendizado, da formação profissional e diminuir os índices de evasão no ensino médio. Os objetivos principais eram estender a jornada escolar, com o horário integral, e aumentar a participação dos alunos como protagonistas na definição de modelos de aula, ferramentas pedagógicas e da construção de seus projetos profissionais e de vida. Entre 2007 e 2008, nos primeiros anos do governador Eduardo Campos (morto em agosto de 2014 num acidente aéreo), o projeto foi transformado em política pública a partir do lançamento do Programa de Educação Integral no estado.
Com o diagnóstico das carências da rede estadual de ensino médio, foi elaborado um plano estratégico central, de ação contínua, administrado pela Secretaria de Educação, para enfrentar os problemas. Naquele momento, entre os 26 estados da Federação e o Distrito Federal, Pernambuco era o 21º no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), com a deprimente nota 2,7 na escala de zero a dez, e o 26º, ou penúltimo, em taxa de aprovação. Praticamente um a cada quatro alunos (24%) não completava o médio no estado. Uma tragédia educacional.

Virada à paulistana

Pouco mais de 12 anos depois, Amancio, seu time e os educadores do ensino médio enfileiram orgulhosos os números, dados e índices de um dos processos de recuperação mais consistentes e velozes da história da educação brasileira. O estado, que tinha em 2005 o tal Ideb de 2,7 (e o país com igualmente vergonhosos 3,0 no mesmo ano), liderou o ranking em 2015. No último apurado, em 2017, ficou em terceiro, com 4,0, um décimo atrás do Espírito Santo e dois do líder Goiás. E poderia ser 4,2, mesma marca dos goianos, se o Inep não resolvesse, de última hora, desconsiderar no índice a performance das escolas puramente técnicas (a média do Brasil em 2017 foi de 3,5). No mesmo período, a nota média em matemática e língua portuguesa foi de 3,7 para 4,3 em Pernambuco, enquanto a do país caminhou de 4,1 para 4,2 – no final das contas uma evolução seguida de recuo, pois havia batido em 4,3 em 2011.
O percentual de alunos aprovados no estado saltou de 73% em 2005 para 93% em 2017, o segundo maior do país, atrás apenas de Goiás (a média brasileira é de 82%). Atualmente, Pernambuco é o estado com a menor taxa de abandono escolar. E também com o menor índice de desigualdade de aprendizagem no médio entre estudantes de nível socioeconômico alto e baixo.
Milagre? “Nada disso, de forma alguma”, rebate Fred Amancio. “São os efeitos da obediência a um planejamento estratégico, da continuidade de ações nos governos seguintes, o que infelizmente é raro no Brasil, e da humildade em reconhecer que não se resolve tudo de uma hora para outra e nem em pouco tempo em política pública. Não podemos parar na execução do que foi definido. O processo é ininterrupto. As escolas precisam ter autonomia para definir seus itinerários formativos e as linhas de ação com alunos e comunidades, mas a definição da política estratégica precisa ser decidida, executada, sustentada e financiada com decisão pelo poder público. A estratégia precisa ser gerida de forma central – ou então, a coisa não anda”, ensina.
Leia: Educação sexual nas escolas diminui doenças e gravidez precoce

educação Pernambuco
Fred Amancio (foto: Helia Scheppa / divulgação GOV PE)


Fred Amancio detalhou os eixos de ação que promoveram o salto de qualidade no ensino básico pernambucano em entrevista a Educação. São eles:

— Melhoria da infraestrutura das escolas secundárias

As unidades de ensino médio da rede estadual pernambucana passam por reformas e recebem equipamentos desde o início do programa. Climatização, banheiros, bibliotecas, carteiras, mobiliário, cozinha, tudo é contemplado nas reformulações. As prioridades são definidas com levantamentos periódicos das carências nas escolas. “É o típico caso de prevalência do processo continuado que destaquei. Precisamos otimizar o resultado das melhorias em função dos recursos, que quase sempre são inferiores à necessidade”, explica o secretário.

— A opção pelas escolas em tempo integral 

Essa talvez seja a parte do projeto em que foram registradas as atitudes mais ousadas – e geradoras dos melhores resultados. O Ginásio Pernambucano, primeira escola média em tempo integral do estado, com mais de dois séculos de existência, serviu de sede e base para estudos e inspirou o projeto de implantação do modelo na rede. Atualmente, 412 das 760 unidades pernambucanas com ensino médio, 54,2% do total, funcionam em tempo integral. Para se ter ideia do feito, o Estado de São Paulo, o mais rico da federação, não deve ter 15%, e a meta estabelecida no Plano Nacional de Educação (PNE), praticamente impossível de ser atingida nas atuais circunstâncias, é de metade das escolas médias em todo o Brasil no turno integral até 2024. O país está longe, bem longe disso, mas os pernambucanos deixaram os 50% para trás há alguns anos.
No início do atual ano letivo, 57% das matrículas na rede pública de ensino médio no estado foram para escolas em tempo integral (carga horária de 45 horas-aula semanais e dois turnos nos cinco dias da semana) ou semi-integral (35 horas-aula semanais, com professores trabalhando cinco manhãs e três tardes ou cinco tardes e três manhãs, e estudantes por cinco manhãs e duas tardes ou cinco tardes e duas manhãs).
No início da implantação, havia o medo de que as escolas com novo formato atraíssem os recursos e os melhores educadores de forma desequilibrada, prejudicando o restante da rede. “Essa preocupação desapareceu quando ficou claro que havia planejamento e orçamento para todo o processo de mudança”, explica o secretário. “A adoção do turno integral foi precedida de esclarecimento de professores, alunos e comunidades. Hoje, ao contrário, dirigentes de muitas escolas em meio turno nos procuram para agilizar a mudança rumo ao horário integral.”
Leia: Ensino médio precisa recuperar sua importância com urgência

— Ampliação de vagas e abrangência das escolas técnicas

No início do projeto, as escolas médias públicas especificamente técnicas pernambucanas eram apenas seis. Hoje são 44 prontas, seis em construção e outras unidades em adaptação. “São escolas que uniram o tempo integral a uma formação profissionalizante importante para a nossa realidade profissional”, destaca o secretário.

— Inovações e protagonismo dos alunos

Fred Amancio chama atenção para as inovações e estratégias adotadas, entre elas as medidas para que os alunos colaborem na definição dos modelos de condução das aulas e na construção dos projetos de vida com ligação entre teoria e prática. “As matérias mais importantes são abordadas com esse conceito e dadas em duas versões: matemática e matemática experimental, física e física experimental, química e química experimental, e por aí vai.”

— Gestão por resultados e metas

As escolas recebem metas. Elas são estabelecidas a partir dos sistemas de avaliação estadual e nacional (passar da nota 4,1 para a 4,3 no Ideb ou no índice estadual, por exemplo) e também de outros objetivos definidos na unidade, região ou secretaria. Escolas e professores que atingem os alvos são recompensados. Os educadores recebem uma remuneração extra, espécie de 15º salário, pago normalmente nos meses de setembro. “É definido um bolo para isso de acordo com a arrecadação. Como esse valor não tem variado muito de ano para ano, e cada vez mais professores atingem os resultados, por uma triste ironia às vezes temos valores individuais menores em um ano em relação ao anterior”, comenta. “Mas nossa luta é para que esse fundo também melhore em um futuro próximo.”
Os estudos sobre educação e mercado de trabalho atestam que os pernambucanos estão no caminho certo na aposta em educação integral. Um deles, realizado pelo Laboratório de Pesquisa e Avaliação em Aprendizagem da Fundação Getulio Vargas (FGV) e o Instituto Sonho Grande, em parceria com a Secretaria Esta­­dual de Educação, com 2.814 jovens formados em escolas públicas médias pernambucanas entre 2009 e 2014, mostrou que os diplomados em turno integral tiveram 63% de chance de entrar no ensino superior, contra 46% para os alunos de meio período. E renda mensal 18% superior no início da carreira.
As escolas médias com período completo no estado praticamente zeraram as diferenças salariais entre seus alunos brancos e negros. E aumentaram a entrada de mulheres no mercado de trabalho. A consciência do governo pernambucano de que ainda falta muito a fazer e o processo é contínuo exibe um elogiável senso de responsabilidade. Mas se o país inteiro conseguisse chegar aonde eles já estão seria um ganho fenomenal e revolucionário.

Fonte: Revista Educação

Mais da metade dos alunos querem psicólogo na escola

Mais da metade dos alunos querem psicólogo na escola 7

A presença de psicólogo na escola é considerada importante para 64% dos 258.680 estudantes, de 11 a 21 anos de todo o Brasil que participaram da 3ª edição da pesquisa Nossa Escola em (Re)Construção, realizada pelo portal Porvir em 2019. Os jovens também querem médico ou outro profissional de saúde (39%), orientador educacional ou vocacional (37%), e assistente social (24%).
Leia: Vivemos em uma sociedade da medicalização, afirma psicóloga
Entretanto, um dado que chama a atenção é o que revela — sem nenhuma surpresa — que 79% dos participantes pararam de estudar no ensino fundamental, seguido do ensino médio com 14% e ensino superior com 1%.
A pesquisa revela ainda grupos ou organizações de que os alunos participam: 35% afirmam pertencerem a grupo de igreja, 15% coletivo ou grupo juvenil, 6% organização social/não governamental, 6% algum movimento, 2% partido político e 38% nenhuma das anteriores.

Fonte: Revista Educação

IFMS abre processo seletivo para cursos gratuitos de inglês, espanhol e Libras

IFMS abre processo seletivo para cursos gratuitos de inglês, espanhol e Libras 8

Para se inscrever é necessário ter ensino médio completo; Confira o edital

Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) abriu processo seletivo com 670 vagas para cursos gratuitos de espanhol, inglês e libras, nos níveis básicos e intermediário. Para concorrer é necessário ter ensino fundamental completo e início dos cursos será no primeiro semestre letivo de 2020.

As vagas são ofertadas para turmas iniciantes e para as que já se encontram em andamento, o que exige a realização de uma prova de nivelamento. O edital, com as normas do processo seletivo, foi publicado hoje na Central de Seleção. 

Cursos são viabilizados por meio do Centro de Idiomas da (Cenid) da instituição, nos municípios de Aquidauana, Campo Grande, Corumbá, Coxim, Dourados, Jardim, Ponta Porã e Três Lagoas. Capacitação será ofertada em duas etapas, com três cada, com certificado ao final de cada nível concluído, com validade nacional.

Inscrição é gratuita e deve ser feita entre os dias 16 de dezembro e 17 de janeiro, pela página da Central de Seleção.

Interessados que não tiverem acesso a internet também podem procurar os campi onde as vagas são ofertadas, de segunda a sexta-feira. Seleção dos candidatos inscritos será feita por meio de sorteios eletrônicos.

Candidatos que desejam ingressar nas turmas acima de nível básico I precisam passar por uma prova, prevista para o dia 15 de fevereiro, para avaliar o nível de proficiência para ingresso em cada nível.

Prova será composta por 42 questões de múltipla de escolha, mas, independentemente do resultado obtido no teste de nivelamento, o preenchimento da vaga só será possível caso o candidato seja selecionado por sorteio, previsto para o dia 19 de fevereiro. 

As aulas para os selecionados das turmas iniciantes começam em fevereiro e das turmas em andamento começam em março.

Mais informações pelo site: http://selecao.ifms.edu.br/perfil/estudantes/edital-no-071-2019-subsequente-2020-1

Fonte: Correio do Estado

Pintura artística em bueiros alerta contra o descarte irregular de lixo

Pintura artística em bueiros alerta contra o descarte irregular de lixo 9

Os bueiros do Centro e da Meia Praia estão ganhando uma pintura especial. Os desenhos alertam para o descarte irregular de lixo em vias públicas. A iniciativa é da Fundação Ambiental Área Costeira de Itapema (FAACI) e faz parte das ações da campanha Mares Limpos da ONU que o município aderiu em 2018. Todo material e a pintura está sendo produzida por meio de Termo de Ajuste de Conduta (TAC).

“Nosso objetivo é alertar a população sobre a necessidade do correto descarte dos lixos, pois o que é jogado nos bueiros entra na rede pluvial e acaba indo para o mar”, destacou a presidente da FAACI, Carolina Ioppi.

Pintura artística em bueiros alerta contra o descarte irregular de lixo 10

Fonte: diariocostaesmeralda.com.br

Jornalista do SINTED realiza monografia sobre comunicação sindical com foco na categoria da educação

Jornalista do SINTED realiza monografia sobre comunicação sindical com foco na categoria da educação 11

Intitulado “O papel do assessor de imprensa na comunicação sindical: uma análise do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Três Lagoas e Selvíria – MS”, a monografia de 60 páginas, escrita pela jornalista Bárbara Martins, tem como objetivo analisar a comunicação do sindicato desde seu início até os dias atuais, pontuando o surgimento do sindicalismo na Europa e no Brasil, ressaltando também a história da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) e SINTED (Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Três Lagoas e Selvíria – MS).

Obtendo nota máxima em sua monografia e recebendo o título de bacharela em jornalismo, Bárbara conta que deseja continuar neste ramo, pretendendo continuar dando vozes às minorias. “A comunicação sindical é um assunto pouco abordado nas instituições de ensino de graduação. Pesquisei muito, e não consegui achar nenhuma pesquisa científica sobre o assunto. Acho importante começar a dar voz à comunicação dentro do sindicalismo, porque ela é a base das articulações e deve ser reconhecida” explica.

Como produto de seu trabalho de conclusão de curso (TCC), foi realizada uma exposição de fotos nas Faculdades Integradas de Três Lagoas – AEMS, em Três Lagoas, no dia 6 de dezembro, sobre a história do SINTED, em formato de linha do tempo, além de fotografias tiradas pela própria autora durante manifestações.

A presidenta do SINTED, professora Maria Laura Castro dos Santos, parabeniza a autora pelo empenho e nota máxima pela pesquisa. “Falar sobre o sindicalismo é algo que faz nossa luta ser reconhecida. Fico muito feliz e honrada por termos agora uma pesquisa científica, com foco no nosso sindicato. Parabenizo à nossa jornalista, pela dedicação e pelo ótimo resultado”, finaliza.

Jornalista do SINTED realiza monografia sobre comunicação sindical com foco na categoria da educação 12
Jornalista do SINTED realiza monografia sobre comunicação sindical com foco na categoria da educação 13
Jornalista do SINTED realiza monografia sobre comunicação sindical com foco na categoria da educação 14
Jornalista do SINTED realiza monografia sobre comunicação sindical com foco na categoria da educação 15